Vivemos um tempo em que o ser humano é um super-herói sem superpoderes
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Leonardo Aguiar, Médico e consultor Jolivi - CRM-SC: 9847
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Olá, leitor, responda rápido:
Sabe qual a semelhança entre um abraço, uma nota de R$100 e um comprimido de Neosaldina?
A resposta eu encontrei nos mais de 275 e-mails e interações que recebi, depois que a Jolivi perguntou para seus assinantes.
Sim, nós propusemos aos nossos leitores, em especial aos que já
fazem parte do nosso Dossiê Saúde Essencial, que respondessem a questão:
qual é o seu remédio favorito?
Pois
bem. As respostas foram extremamente diversificadas. Muitos escolheram
mais de uma opção. Eu e a editora Nivia de Souza passamos dias
analisando e tabulando as informações que recebemos. E, neste mosaico de escolhas distintas, conseguimos encontrar um reflexo recorrente: estamos com dor.
Sim, estamos enfrentando uma epidemia de sintomas doloridos. E,
dolorosamente, constatamos que essa sensação é apresentada da maneira
mais corriqueira possível, como se fosse esperado senti-la diariamente. Do total de participantes, 70% escolheram um analgésico ou um anti-inflamatório como remédio favorito. Não só isso. Apenas
20% escolheram uma substância natural (vale ressaltar que, destas
escolhas, 50% são reconhecidas pelos seus efeitos de analgesia).
Tal cenário nos fez refletir que, de fato, a nossa geração passou a
achar completamente natural ter uma “farmacinha” particular dentro do
armário do banheiro ou mesmo na bolsa, mas enfrenta uma rejeição enorme
em encarar que na cozinha estão as melhores armas terapêuticas. Ficamos pensando em como te apresentar as melhores recomendações para este cenário. E encontramos um bom ponto de partida. Antes
de continuar a ler, que tal pensar as razões que fazem alguém acreditar
que o remédio está em um abraço, uma outra pessoa achar que é o salário
e uma terceira avaliar a resposta estar em um comprimido puro e
simples? Vamos além. O que você, sim você mesmo, leva em consideração para definir o que é remédio?
Fique sabendo
Para criar este conteúdo, eu utilizei o conceito de “medicina do futuro”, que desenvolvi e apresentei na
NASA (National Aeronautics and Space Administration), quando participei da formação na
University Singularity.
O processo foi batizado de co-criação de saúde.
“Co-criar”
é uma forma de inovação que ocorre quando pessoas de fora de uma
empresa (como fornecedores, colaboradores e clientes) associam-se ao
negócio ou produto agregando valor, recebendo em troca os benefícios de
sua contribuição.
O termo começou a ser usado nos anos 2000, em especial no meio empresarial e publicitário.
Eu me inspirei neste conceito para criar a minha metodologia de
trabalho na área médica. Porque acredito que a melhor forma de ter saúde
é quando a pessoa é convidada a co-criar um plano saudável com os
profissionais de saúde.
Hoje, por incrível que pareça, alguns outros interesses acabam falando mais alto do que os do paciente.
Você acompanha a Jolivi. Já sabe do que estamos falando, não é?
Bom,
justamente por você ter ajudado a co-criar este conteúdo que foi
possível traçar quais os benefícios que você ganhará em troca.
A força na origem
A nossa pergunta inicial “qual o seu remédio favorito” parece ser simples, direta e rápida.
Porém, por trás deste extenso leque aberto com o feedback recebido está a subjetividade da experiência.
Foi possível ponderar sobre como cada indivíduo tece o seu próprio significado para a palavra remédio.
Faça esse exercício de reflexão, leitor, e verá como é rica a experiência.
Pergunte
para alguns amigos e familiares o que a palavra remédio significa para
eles. Perceba como as respostas apresentam linhas singulares.
O que será que “remédio” simboliza para a pessoa que está mais próxima de você agora?
Desta forma, você irá perceber que cada um encontra uma ferramenta diferente para lidar com o sofrimento.
Este
sofrimento pode ser uma dor de cabeça, um cansaço crônico ou mesmo a
solidão. Não necessariamente o que te atormenta também afeta o seu
vizinho de porta.
Munido desta experiência, eu te pergunto: como tudo isso pode ficar marginalizado em uma consulta médica?
Mais do que isso: como um único remédio pode dar conta de sanar sofrimentos de origem tão diferentes?
Definições reveladoras
Bom,
de acordo com o dicionário Michaelis, remédio é “tudo o que serve para
remediar as consequências de uma falta ou de um erro. Um meio de
melhorar ou de lidar com uma situação difícil”.
Agora, veja o que o mesmo Michaelis define como remediar.
– Socorrer, munindo do que for preciso para atenuar dor física ou moral; – Prover do que mais se necessita; – Dispor as coisas com antecedência, a fim de se evitar consequências danosas; atenuar, prevenir; – Corrigir enganos ou erros; emendar, reparar;
– Fazer frente às próprias carências e necessidades; arranjar-se.
Pois é. A sociedade contemporânea assimilou que remédio é sinônimo de remediar.
E,
por influência das estratégias de mercado, estamos completamente
convencidos de que é POSSÍVEL COMPRAR AQUILO QUE VAI REMEDIAR.
E, em alguns casos, não precisa nem de receita.
Preferência publicitária
E qual é o preço verdadeiramente pago quando acreditamos que pegar atalhos e ir diretamente para a aparente solução? O que ocorre com o nosso corpo quando não destrinchamos e compreendemos as causas daquele sofrimento? Isso só soma problemas, deixando para trás sintomas que não poderiam ser negligenciados. Problemas estes que vão cronificar com o tempo.
Não à toa, o nome do conjunto de problemas que matam SETE em cada DEZ BRASILEIROS é Doenças Crônicas. Neste
cenário de mortalidade de problemas que se cronificaram, é interessante
discutir o papel da indústria farmacêutica e da publicidade financiada
por ela. Foi curioso constatar que a preferência nacional entre
os nossos leitores na hora de apontar o remédio favorito coincidiu,
justamente, com o slogan usado pelo fármaco em questão.
Sim, a Neosaldina – que ocupou o topo do ranking das citações – é
apresentada na publicidade da fabricante como “o remédio favorito dos
brasileiros”. Definição criada justamente pelo mesmo meio publicitário que nos convenceu a chamar este medicamento, intimamente, de “Neosa”.  Quando
pensamos assim, não é difícil de encontrar semelhança na resposta entre
aqueles que citaram como remédio favorito “abraço de um amigo” e os que
elencaram a “Neosaldina”.
Afinal, em muitas destas respostas estão aqueles que acreditam mesmo
que podem sempre contar “COM UMA AJUDINHA DA AMIGA NEOSA(DINA)”. Apesar de todo mundo estar passível de ter dor de cabeça, entretanto, já está claro que este incômodo não tem causa única. Mas,
no fim das contas, o interessante – ao menos do ponto de vista de
mercado – é que todas estas motivações, causas e origens sejam
silenciadas pela súbita vontade de chamar a “Neosa” e resolver a dor. Isso nos dá uma falsa sensação de poder. Vivemos feito super-heróis, PORÉM, sem superpoderes.
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Veja Aqui
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Químico, de preferência
Citamos aqui a Neosaldina, mas podemos substituir o remédio por qualquer outro fármaco, tratamento ou cirurgia. Nem as tais substâncias naturais escapam deste tipo de relação. O
que quero dizer é que se você tiver com o própolis, por exemplo, a
mesma conduta que você tem com a “Neosa”, o relacionamento e os efeitos
deletérios serão tão nocivos como.
O ponto é que – você vai concordar comigo – os nutrientes e a comida
de verdade, terapêutica e protetora não sofrem a maquiagem e nem o
investimento da poderosa publicidade. Muito pelo contrário. Na
hora de criar uma necessidade de consumo, há praticamente uma união de
forças para ATACAR O NATURAL (coisa de charlatão) E ENALTECER O QUÍMICO
(parece milagre). Espero que você tenha curtido nossa reflexão de hoje. Até mais,

Nossos leitores |
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"Este
trabalho é excelente. Os textos são claros, simples, práticos
(endereçam tudo que é necessário e ensinam o que fazer) e os temas são
absolutamente relevantes."
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- Jairo P.
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"Muito bom. Parabéns para toda essa equipe de saúde que fazem esse trabalho de conscientização tão bacana."
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- Catia P.
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"Muito bom, estou começando a me cuidar pois tenho 64 anos."
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- Noemi B.
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