O ÔNIBUS ELÉTRICO dá CHOQUE?
Em
Porto Alegre utilizei o bonde,
e
não o ônibus elétrico...
...
mas confesso que não levei choque,
nem
soube de alguém que o tenha levado...
Saibam
que durante 60 anos,
aqui
na capital do Rio Grande do Sul,
o
bonde elétrico reinou supremo sob o domínio intitulado
“rei
do pedaço urbano”...
...por
isso quando o “reencontro” na lembrança (como agora),
sinto
um cheiro de “nostalgia”,
que
mistura mágica e também saudades.
O primeiro veículo elétrico (que se tem notícia),
foi construído em 1835 e rapidamente atingiu o auge como transporte
coletivo...
...ficando estampado de forma indelével na “psique” das
pessoas,
principalmente por ser um veículo silencioso (que bom, não
assustava os cavalos e nem os pedestres).
Sim, e de forma simples e direta posso afirmar que os
veículos elétricos,
são mais antigos do que os veículos movidos à combustível
líquido.
E como habitualmente sempre na sociedade é o dinheiro que fala
mais alto,
surgiu o tal de “Henry Ford” com os seus veículos produzidos
em série,
mais parecendo aquele produto vendido por satã.
E assim nesse campo perverso e traiçoeiro,
o declínio dos veículos elétricos
foi inevitável.
Mas sentiria culpa de não estar sendo exato se deixasse de
salientar,
que os motivos que fizeram o “automóvel” dominar o mercado ( muito
“agarradinho” aos cartéis do petróleo e da indústria automotiva que sem sombra
de dúvidas tornaram-se decisivos) foram:
- o combustível barato (gasolina ou o diesel) facilmente encontrado,
produzido e distribuído, e
- a maior autonomia dos carros que permitia as pessoas
viagens mais distantes...
...ao contrário dos
elétricos (com menor autonomia),
limitando assim as pessoas a permanecerem nas cidades.
Já o conceito de ônibus como
transporte público tem sua origem na França, em 1826, e sua denominação
origina-se da expressão Omnes Omnibus, que significa "tudo para
todos"...
(Confesso que o significado desafia qualquer
explicação da sabedoria convencional moderna).
O
primeiro ônibus,
surgiu
comercialmente em 1895, criado por Karl Benz (fundador da Mercedes-Benz) movido a gasolina...
...
atingia 15 km/h e transportava até oito passageiros.
O
tempo passou e ao ofertar um último soco no estômago da sociedade,
o
modelo de transporte coletivo baseado em combustíveis fósseis evolui...
Mas como por vezes é difícil separar o que acontece do que é misticismo,
deixaremos de lado a resenha “histórica”
e vamos seguir com o objetivo do texto,
que é o “ônibus elétrico”.
Bem,
atualmente
são três os tipos de “ônibus elétricos”:
1º) TRÓLEBUS (Trolleys)
Foram muito usados no passado. Os “trólebus” são veículos que precisam de
uma rede de subestações para alimentar seu sistema de tração elétrica que é
fornecida através de um cabo aéreo suspenso sobre o seu trajeto.
Vantagens:
a) autonomia ilimitada em termos de distância
a percorrer (desde que haja os cabos aéreos é claro);
b) não consome nenhum tipo de combustível
líquido, seu custo de operação é baixo e apresenta longa vida útil quando
comparado aos híbridos (que veremos logo a seguir).
c) é o tipo que menos polui.
Desvantagens:
a) ficam restritos somente às ruas onde haja
rede de alimentação apropriada ao seu tipo;
b) são altos os custos de implantação deste
sistema assim como o do veículo em si;
c) apresentam menor flexibilidade de
circulação (ficam inoperantes quando há bloqueio no seu percurso ou interrupção
de fornecimento de energia) em relação a um ônibus convencional.
2°) HÍBRIDOS
Obs: Informo a respeito do modelo que possui
dois motores (um é a diesel e o outro elétrico).
Em baixas velocidades, como na hora do “pico”,
são os motores elétricos que funcionam, já em velocidades mais altas é o motor
diesel que assume.
Fora a “recarga” conectando-se na rede
elétrica ou através de um motor de combustão (dentro do próprio veículo)
pode-se ainda utilizar outras formas de recarregar as baterias. Uma das formas
é conhecida como “frenagem regenerativa”, que é um sistema que transforma a
energia dissipada pelas frenagens em eletricidade para a bateria através de
dínamos (converte energia mecânica em energia elétrica).
Os
ônibus elétricos com bateria destinam-se principalmente a pequenos percursos,
devido a sua reduzida autonomia.
Apresentam
emissão de poluentes, em nível mais baixo (se comparados ao ônibus convencional)...
...
mas poluem sim.
3º) TOTALMENTE
ELÉTRICO
Usa
apenas uma bateria (fabricada exclusivamente para este tipo) cuja função é movimentar
o único motor existente,
que
é elétrico.
Precisa
de “pontos” para recarregar as baterias ao longo do seu trajeto, pois sua
autonomia é limitada.
Necessita,
em média, de três horas de recarga para percorrer aproximadamente 150 km (os
dados oscilam).
É
a modalidade mais cara (das três) e teoricamente não emite nenhum poluente.
Obs:
as terminologias “em média” e “oscilam”, anteriormente utilizadas, é o
resultado das diversas informações ainda inexatas, fornecidos pelas empresas e
alguns especialistas geradores destas variáveis.
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E
assim, alguns perguntarão:
-
Afinal, o ônibus elétrico será uma boa opção para a sociedade nos centros
urbanos?
Respondo
que o “ônibus elétrico” é um
adolescente que ainda não tem “história sedimentada”...
... não tem “história sedimentada”
e nem “quesitos” definitivos.
“Quesitos” estes que dependem exclusivamente
do tempo de existência da tecnologia.
Como exemplo, saliento a garantia
de fornecimento de peças, os resultados econômicos gerais, a manutenção da
infraestrutura e os transtornos ambientais ao longo prazo...
...citando apenas alguns.
Vejam que só existem projeções...
Mas sou sabedor que devemos “ousar”!
(ousar com responsabilidade)
Então,
saliento algumas Vantagens do “ônibus
elétrico”:
Apesar de denominados
veículos com “zero de emissões” ou “veículos verdes” (que são sinônimos de
veículos que não poluem), isto não é verdadeiro...
Eles poluem sim...
... só que menos
que os ônibus convencionais (motivo pelo qual citei como vantagem).
Mas existem, no
entanto, emissões de gases prejudiciais relacionados a esta modalidade de
veículo.
São as emissões de
“forma direta” (aquelas originadas pelo escapamento do próprio veículo),
ou as emissões de “forma
indireta” (as originadas no ato de fabricação/manutenção dos veículos e/ou das
respectivas baterias nos casos dos “híbridos” e dos “totalmente elétrico”).
Um estudo recentemente publicado (e isto não
é especulação) garante que os veículos elétricos ocasionam apenas um pequeno impacto na redução das emissões
de dióxido de carbono, CO2 (responsável pelo aquecimento global), do
dióxido de enxofre, SOx (responsável pela chuva ácida) ou dos óxidos
de nitrogênio, NOx (responsável pela produção de ozônio – que é cancerígeno
– e responsável pela formação da chuva ácida).
O ruído ou a poluição
sonora, frequente nas grandes cidades, ocasiona diversos danos para a saúde
humana (afeta o sistema auditivo e o sistema endócrino, provocando estresse, hipertensão arterial e problemas
circulatórios).
Obs: o
recomendável de acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde – é que estejamos
expostos por um barulho de até 50 decibéis nos centros urbanos.
Os ônibus
elétricos também originam ruído (cerca de 20 decibéis a menos que os de motor convencional).
Logo, dizer que são absolutamente silenciosos é algo residente no campo da
“estratégia mercadológica” (enfatizam alguns especialistas).
ð Economia de energia
O ônibus elétrico
é energeticamente mais eficiente que o ônibus convencional (os “elétricos”
apresentam um gasto de energia “menor” do que os convencionais, por espaço
percorrido).
ð Reaproveitamento de energia
Outra forma de obtenção de
energia elétrica no interior deste veículo é a eletricidade adquirida no
momento da frenagem (como já foi dito, conhecido como “frenagem regenerativa”). A energia cinética resultante do movimento do veículo é
transformada em eletricidade durante o acionamento do freio ou na
desaceleração, sendo armazenada nas baterias (ou nos ultracapacitores), que são
equipamentos que também armazenam e liberam rapidamente energia elétrica (energia
esta que pode ser usada em qualquer dos subsistemas do veículo).
ð Vida útil do veículo
Podem ultrapassar os 10 anos
(obs: as informações consultadas ofertam dados diversos).
E
as Desvantagens do veículo elétrico?
Cito algumas opiniões...
ðPreço
Os veículos elétricos
ainda têm um preço elevado se comparados aos ônibus convencionais, resultando
que o incentivo aos veículos elétricos não contribui assim para a igualdade
social nos acessos aos meios de transporte.
Outro obstáculo é o preço das baterias dos “ônibus
elétricos” – dos que necessitam de baterias...
(São muito caras)
ðAutonomia
A autonomia dos veículos
elétricos situa-se normalmente entre os 200 km e os 300 km (entre uma recarga e
outra), o que em certas situações é diminuta. Este quesito está “dependente” do
desenvolvimento químico em torno das tecnologias associadas às baterias; isto
é, baterias que oportunizem uma maior quilometragem por carga.
ðEspaço
O ônibus elétrico não resolve uma das questões
fundamentais da qualidade do espaço público em meios urbanos, pois o espaço por
si ocupado é praticamente igual ao de um ônibus convencional.
ð Segundo
alguns fabricantes e usuários, o elétrico é mais confortável para passageiros e
motoristas dos que os convencionais, pois não possui câmbio de troca de marchas
(evitando os solavancos típicos desse processo) e nem o motor tradicional (que pode
gerar calor).
ð Outras formas de poluição ambiental
Quando se fala que
o “ônibus elétrico não polui”, os ambientalistas dizem que só 30% desta
afirmação é “sensata”.
Ele emite menor
quantidade de emissões maléficas sim (já foi dito),
mas devemos levar
em consideração outras variáveis como:
- As diversas
ações que são utilizadas para a fabricação dos veículos elétricos. Estas não são
poluidoras?
- E as operações
para a manutenção dos veículos elétricos, são “absolvidas” pelo meio ambiente?
Para não ficarmos por aí, todos nós dançando
conforme uma melodia misteriosa, entoada a distância por um gaiteiro invisível,
peço a sua contribuição nas análises a seguir...
1ª) A poluição
gerada na fabricação das baterias é extremamente tóxica, sem contar que elas
são substituídas em um determinado espaço de tempo. Então, o descarte será efetuado
de uma maneira ecologicamente correta e a sua posterior “reciclagem” terá um procedimento
ambiental adequado?
Obs: Se as
instituições responsáveis tiverem a mesma atitude com as baterias dos veículos elétricos,
como os têm com o descarte das pilhas comuns e das baterias dos celulares em
nossa sociedade, certamente estaremos diante de mais uma sucata ambiental.
2ª) A poluição que
se produz com o consumo de petróleo, gás natural ou o carvão (matérias-primas
das usinas termoelétricas) na produção de eletricidade para carregar as
baterias destes veículos são imensas...
...e sabemos que
estes produtos são extremamente perigosos para o ambiente e para “nós”.
E tem mais...
...estes produtos
produzem resíduos líquidos e sólidos também tóxicos.
(É como tomar
banho e depois secar-se com “lama”)
Por vezes os
construtores de tecnologia querem atuar com a ideia de que a natureza tem “donos”!
O que você acha?
3ª) E qual será o
impacto ambiental se a eletricidade for gerada por hidroelétricas?
- Sabem que é preciso alagar uma área grande
para construir a barragem para que tenhamos uma hidroelétrica.
Nessa área há sempre bastante vegetação,
geralmente uma floresta.
Essa vegetação, submersa e apodrecendo,
produz muito metano, CH4 e gás carbônico, CO2, por causa
da decomposição do material orgânico por bactérias anaeróbias (elas vivem sem
oxigênio, O2).
No Brasil, as emissões das hidrelétricas representam cerca de 20% da poluição total relacionada ao
aquecimento global, pois o metano é mais nocivo à atmosfera que o CO2...
...então, como podemos sobreviver com todo
esse avanço tecnológico por vezes “irresponsável”, sem nos destruir?
4ª) Os
veículos elétricos precisam de “lubrificantes” para manutenção da sua parte
mecânica. Estes caem no asfalto onde são levados por chuva para os rios onde o
desastre é bem conhecido.
É bem conhecido?!
5ª) Existem outros
poluentes que são usados em quantidade insuficiente para que percebamos seu
impacto, mas que multiplicado por muitos veículos podem ser preocupantes.
Citamos aqueles utilizados no processo
de lavagem do veículo, na conservação dos pneus e carrocerias (a maioria
derivados de petróleo que aos poucos vão escorrendo para os rios com a chuva e
que comprometem o habitat aquático).
Não é emergencial a oportunidade
de escolher um novo final?
ð Quesito econômico
O retorno do investimento em veículos
elétricos ocorrerá em longos prazos. Como o ônibus elétrico tem vida útil de 10
a 25 anos (depende da fonte consultada), seria possível obter “lucros” dentro
desse período?
Em caso de “NÃO”, a cobertura da defasagem,
consequentemente, implicaria em oneração da tarifa, o que não é considerado uma
“solução razoável”. Será?
Outro custo estaria no quesito do
investimento na infraestrutura necessária a recarga das baterias da frota de
ônibus, e também o custo da carga tributária para a importação das baterias
originais (o Brasil ainda não apresenta tecnologia para a sua produção).
E para encerrar, quero enfatizar que a
capacidade na lotação de passageiros do ônibus elétrico é menor que a do ônibus
convencional.
Isso diz alguma coisa a você?
Pronto...
...espero ter findado o “martírio”.
Mas dizem alguns que o poder público não
mostrará grandes interesses em incentivar o ônibus elétrico (gostaria que estivessem
enganados), e justificam dizendo que o “elétrico” será um competidor direto com
o diesel usado no ônibus convencional, o que poderia afetar negativamente a
Petrobrás (empresa controlada pelo governo) no qual um dos seus maiores
produtos de venda é um combustível fóssil (o diesel).
Sobre o quesito “ambiental”
sinto dizer que ainda não existe um meio de transporte “ecológico” apropriado,
mas isso não nos impede de acreditar que existirá.
Tanto o veículo com características de
verdadeira “emissão zero”, como a “utopia” de possuirmos uma frota mundial de
mobilidade urbana, totalmente elétrica - como pregam alguns visionários -, ainda
é “ficção científica”, pois a tecnologia necessária para estas realizações
encontra-se a passos de “lesma engessada”.
Todos os veículos conhecidos,
de uma forma ou de outra, ocasionam um impacto ambiental, embora se saiba que
os veículos elétricos são dentre os conhecidos, os que menos impactam o
ambiente (mas mesmo assim creio ser muito cedo para avaliar todos os benefícios
que hoje são difundidos sobre esta tecnologia).
O uso de ônibus urbano nas grandes cidades é
imprescindível, tanto para atender a população quanto para diminuir o número de
automóveis nas ruas. Mas é do senso comum que o serviço oferecido tem de ser de boa qualidade, além de que devemos nos
conscientizar que a poluição nas cidades está diretamente ligada à saúde da
população.
Vejam que estamos diante de uma imensa “rede”...
... “rede” que se encontra constantemente interligada,
com muitas variáveis e
de uma extrema complexidade.
A lei é simples:
- O que fizermos “hoje” (como o “efeito
dominó”),
se propagará de forma acelerada e
incontrolável no amanhã...
... então desejo que você se informe,
vigie.
E
se você perguntar:
-
Mas o que fará o cidadão diante de tantas notícias contraditórias e por vezes
indecifráveis?
Recomendo que saiba que
algumas serão reais e verdadeiras...
...mas outras,
serão companheiras da falta de ética,
e saturadas de informações erradas.
E se por acaso a “mídia”,
fornecer “manchetes” (como na maioria das vezes mascaradas),
como sendo de “utilidade pública” sobre o tema,
tome muito cuidado...
...pois você pode estar diante,
de uma cobertura incompleta,
carregada de percepções nebulosas,
com sentimentos, pensamentos e interesses
minoritários,
e recheadas de verdades tendenciosas,
coladas na maioria
a opiniões desinformadas.
Mas,
voltando ao título do texto:
Será que o ônibus elétrico em algum momento,
pode ofertar um belo e inesperado choque?
- Segundo
especialistas, mesmo preso em inundações que transformem o nosso “ônibus
elétrico” em “submarino”, essa é uma preocupação sem fundamento, já que as baterias
que movem os veículos elétricos são blindadas e equipadas com dispositivos que
impedem o vazamento da eletricidade (vulgarmente chamado de “choque”) acumulada
para o exterior.
Simples assim...
Não é uma ótima notícia?
Abraços... Se gostar tecle em “curtir” e
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ACésarVeiga
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