terça-feira, julho 21, 2015
JUIZ SERGIO MORO DIZ QUE ANOTAÇÕES DE MARCELO ODEBRECHT SÃO 'PERTURBADORAS' E DÁ PRAZO DE 48 H PARA ESCLARECIMENTOS.
O juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, classificou como "perturbador" trecho das anotações cifradas
encontradas pela Polícia Federal no telefone de Marcelo Odebrecht. Por
causa da "gravidade" dos apontamentos, Moro deu prazo de 48 horas para
que os advogados do empreiteiro e também dos diretores Márcio Faria e
Rogério Araújo prestem esclarecimentos sobre as mensagens.
"O
trecho mais perturbador é a referência à utilização de 'dissidentes PF'
junto com o trecho 'trabalhar para parar/anular' a investigação. Sem
embargo do direito da defesa de questionar juridicamente a investigação
ou a persecução penal, a menção a 'dissidentes PF' coloca uma sombra
sobre o significado da anotação. Outras referências como a 'dossiê',
'blindar Tau' e 'expor grandes' são igualmente preocupantes", disse.
No
despacho, Moro afirma que não há indícios de que as mensagens eram
destinadas aos seus defensores e que, por isso, os advogados não podem
questionar a violação de sigilo legal. "Não é crível ademais que ele
orientasse seus advogados ou recebesse orientação de seus advogados
nesse sentido. De todo modo, ainda que assim não fosse, o sigilo
profissional também não acobertaria o emprego de estratagemas de defesa
ilícitos, por exemplo a destruição de provas."
Relatório
da Polícia Federal com base em mensagens extraídas do celular de
Marcelo Bahia Odebrecht revelam o amplo leque de políticos com os quais
ele tinha contato e seu esforço para utilizar siglas e mensagens
codificadas para registrar ações. De acordo com o documento, Odebrecht
lançou mão de uma estratégia de confrontar as investigações da Lava Jato
que contaria com "policiais federais dissidentes", dupla postura
perante a opinião pública, apoio estratégico de integrantes da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e ataques às apurações internas da Petrobras.
A PF avalia que o objetivo do empreiteiro buscava criar "obstáculos" e
"cortinas de fumaça" contra a operação. Do site da revista Veja
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