quinta-feira, 3 de março de 2016

Operações policiais serão suspensas no RS até integralização dos salários


Operações policiais serão suspensas no RS até integralização dos salários

Policiais de várias cidades do Estado aprovaram medidas para protestar contra o parcelamento de salários e outras medidas do governo Sartori que, na avaliação do sindicato, estão provocando o desmonte da segurança pública no RS. (Foto: Ugeirm/Divulgação)
Policiais de várias cidades do Estado aprovaram medidas para protestar contra o parcelamento de salários e outras medidas do governo Sartori que, na avaliação do sindicato, estão provocando o desmonte da segurança pública no RS. (Foto: Ugeirm/Divulgação)
Marco Weissheimer
O Conselho de Representantes do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm) aprovou nesta quarta-feira (2) uma série de medidas para protestar contra o parcelamento de salários e outras práticas do governo do Estado que, na avaliação do sindicato, representam um ataque aos servidores públicos e estão provocando o desmonte da segurança pública no RS. Policiais de diversas cidades do Rio Grande do Sul relataram os problemas que vêm enfrentando no dia-a-dia para realizar seu trabalho e atender à população. Segundo nota divulgada pela Ugeirm, a avaliação unânime dos participantes da reunião é que o governo José Ivo Sartori (PMDB) está “promovendo um dos maiores ataques à segurança pública da história do Estado”.
Ainda segundo o sindicato, com a desculpa da crise financeira, o governo Sartori “vem desmantelando o aparato de segurança pública, atacando os servidores com parcelamento de salários, congelamento de promoções, corte de investimentos em serviços essenciais para a população, como segurança, saúde e educação, além de atacar direitos dos servidores, como a previdência pública”. Diante desse quadro e do novo parcelamento de salários adotado pelo Executivo, os policiais decidiram adotar as seguintes medidas:
– Não participação nas operações policiais até a integralização dos salários.
– Os flagrantes somente serão cumpridos com a participação da autoridade policial (delegado ou delegada).
– O cumprimento de mandados de busca e mandados de prisão também só será realizado com a participação da autoridade policial.
– Locais de crime somente com a presença da autoridade policial. No caso da DP de Homicídios, o atendimento a local de homicídio após o horário das 18h, só será feito em casos consumados e com a presença da autoridade policial.
– Essas atividades só serão realizadas no horário regulamentar, 8h30 às 18h.
– Exigência de condições necessárias para a garantia da integridade dos policiais no desempenho de suas funções.
– Exigência de que se faça o devido pagamento de horas extras e/ou folga.
– Essas medidas entrarão em vigor a cada vez que houver parcelamento dos salários.
“Nos últimos meses, participamos de diversas operações especiais sem pagamento de horas extras e de diárias para muitos policiais que precisam se deslocar de seus municípios. Mas chegamos ao nosso limite. O governo Sartori exagerou na dose. Mesmo aumentando impostos segue parcelando nossos salários, não pagando horas extras e diárias. As promoções estão atrasadas há mais de um ano. Em função disso, vamos iniciar uma operação padrão, cumprindo a risca o que determina o Código de Processo Penal”, disse Fábio Nunes Castro, vice-presidente do sindicato.
O Conselho de Representantes da Ugeirm também decidiu que, “mesmo após a integralização dos salários, deverão ser cumpridas todas as formalidades legais para o cumprimento das operações policiais, como, por exemplo, o pagamento antecipado das diárias de viagem e a garantia do pagamento das horas extras ou compensação por folga”. Os policiais também decidiram realizar uma grande marcha da segurança pública para denunciar a situação de desmonte no setor e a consequente explosão de violência no Estado. A data da marcha ainda será definida, mas deverá ocorrer entre os meses de março e abril.
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