Dietas de restrição de calorias recebem cartão vermelho
 | Daniel Cunha
, Editor |
 Uma
boa notícia para você que já tinha desistido de emagrecer porque não
consegue acompanhar as dietas que contam pontos baseadas em restrição de
calorias. Trago também um excelente recado para quem vive com medo de que o peso da balança vai implicar em uma pane cardíaca.
A regra que diz que a gordura da comida (não a sua, hein) é a maior
inimiga de quem quer emagrecer em nome da saúde está cada vez mais perto
de ser abolida no campo da nutrição. Ver esta constatação nas mais recentes pesquisas científicas é uma satisfação. Isso porque, a Jolivi bate nesta tecla há muito tempo e já fizemos um manifesto, por exemplo,
sobre as injustiçadas gorduras. Bom, agora o nosso recado está sendo ecoado no resistente mundo científico. Um
ensaio randomizado espanhol divulgado há algumas semanas demonstrou
que, seguir uma dieta mediterrânea rica em gorduras saudáveis (
e sem restrição de calorias) não causa ganho de peso em comparação com uma alimentação pobre nestas mesmas gorduras. Mais um ponto para
a dieta mediterrânea. E para a sua saúde também. (Já o estresse está cada vez mais consolidado como um importante vilão do paladar e, por isso, te convido a conhecer as
21 Fórmulas Contra o Estresse).
A pesquisa
A pesquisa foi conduzida em centros de atenção primária conectados a 11 hospitais na Espanha entre os anos de 2003 e 2010.
Os
mais de 7 mil homens e mulheres que participaram do estudo, com idades
entre 55 e 80 anos – e com diabetes tipo 2 ou três ou mais fatores de
risco cardiovascular – foram divididos aleatoriamente em três grupos:
1) Dieta mediterrânea sem restrição de calorias com azeite de oliva extra-virgem; 2) Dieta mediterrânea sem restrição de calorias com castanhas;
3) Dieta controle com baixa gordura.
Os resultados de cinco anos mostraram que todos os três grupos perderam um pouco de peso.
Ao
longo de cinco anos, entretanto, o grupo do azeite de oliva perdeu a
maior proporção em quilos (0,88 kg), seguido pelo grupo controle de
baixa ingestão de gordura (0,6 kg) e por fim o grupo das castanhas (0,4
kg).
"Esses resultados têm implicações práticas, porque o medo do ganho
de peso não precisa mais ser um obstáculo para aderência à dieta
mediterrânea. Esta dieta reconhecidamente fornece muitos benefícios
clínicos e metabólicos”, justifica o Dr. Ramon Estruch e seus
colaboradores, do Centro de Investigación Biomédica en Red-Fisiopatología de la Obesidad y Nutrición (
CIBERobn), de Barcelona, na Espanha.
Rica
em gorduras vegetais, como castanhas e azeite de oliva, a dieta
mediterrânea já foi associada em muitos estudos a uma menor mortalidade
pelas causas mais variadas, que vão desde doenças cardiovasculares até
diversos tipos de câncer.
Mais um
Achou pouco? Ainda não se convenceu que é hora de fazer as pazes com as gorduras saudáveis? Bom, se for este o seu caso, separei aqui um outro estudo para ver se, com esse novo argumento, você muda de ideia. Apresentado
durante as Sessões Científicas de 2016 da Associação Americana de
Diabetes, este trabalho mostrou que uma dieta rica em gorduras foi
melhor para prevenir
diabetes em pessoas com sobrepeso ou obesidade. A
ideia de que toda gordura na dieta não é saudável vigorou por muitos
anos no campo da nutrição e levou as pessoas a reduzirem drasticamente o
consumo dessas substâncias. Em seu lugar, foram adotadas, frequentemente, as calorias vazias de comidas processadas, ricas em açúcar, sal e carboidratos. Ps: Se o seu médico ainda condena estas gorduras, provavelmente, ele é afetado por 1 dos 5 piores segredos da medicina.
Veja aqui quais são. A
estratégia de responsabilizar as gorduras não funcionou e,
definitivamente, não conseguiu conter a "epidemia" de diabetes e
obesidade especialmente nos países industrializados do ocidente.
As gorduras que você deve priorizar

Mais
uma vez, fomos ao encontro do nosso consultor Carlos Schlischka para
saber o que ele tem para falar sobre as gorduras referenciadas nestas
pesquisas.
E aqui vão as suas recomendações:
1) Azeite de oliva
Poderosa fonte de gorduras monoinsaturadas, o azeite de oliva também
é muito valorizado por suas propriedades antioxidantes associadas à
redução de doenças cardiovasculares e prevenção de ataques do coração e
acidentes vasculares cerebrais (os famosos AVC´s ou derrames).
Ele é extraído das azeitonas em um processo bastante simples: você espreme as azeitonas e retira o óleo.
Mas não são todos iguais. "O melhor tipo é o extra virgem prensado a frio, em um processo natural que garante a sua pureza".
A
recomendação do Dr. Carlos é de que ele seja comercializado em vidro
escuro, porque o contato com a luz pode oxidar o óleo e comprometer sua
qualidade.
2) Nozes e castanhas
Seu
cérebro é constituído majoritariamente de gordura, e um dos alimentos
que melhor fazem essa reposição são os nozes e castanhas. Um punhado de
amêndoas te entrega vitamina E, manganês, magnésio e proteínas.
Como também já comentamos em uma newsletter recente, o
FDA (Food and Drug Administration),
órgão responsável pelas recomendações nutricionais nos EUA, anunciou
que, após uma revisão, foi constatado que os nozes e castanhas possuem
25% menos calorias do que pensava-se anteriormente. Ficou ainda mais fácil fazer essa escolha...
A
maneira como encontrei para melhor ingerir castanhas, nozes, amêndoas e
macadâmia foi entre refeições, como um lanchinho. As nozes ampliam a
sensação de saciedade e evitam que a gente exagere no almoço ou no
jantar.
E além dos itens considerados nas pesquisas que citamos, ligados à
dieta mediterrânea, o Dr. Carlos também fez questão de chamar atenção
para um outro alimento conhecido por suas fartas gorduras saudáveis e
muito abundante em nossas terras.
3) Abacate
Ele tem cada vez mais sido apontado pelos especialistas em nutrição como um dos maiores superalimentos que conhecemos.
Fonte de potássio, cálcio e magnésio, o abacate já foi apelidado até
de “pêra manteiga”, devido a sua similaridade na textura e
consistência.
Sua composição de gorduras é muito semelhante à da oliva, e ele ainda conta com a vantagem de ser muito flexível na preparação.
Uma
boa maneira de consumir o abacate, segundo o Dr. Carlos, é preparando
uma guacamole, receita mexicana que mistura, tradicionalmente, a fruta
com cebola, tomate e coentro.
“É uma ótima opção para se ter
sempre na geladeira, muito fácil e rápida de preparar. E fica ainda
melhor com o abacate do tipo avocado, que é mais cremoso”, sugere.
É isso, pessoal!
Chega de boicotar as gorduras.
Agora é com você.
Até mais,
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