quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Clipping da Brigada Militar do RS


        


                                              ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
 BRIGADA MILITAR - ESTADO MAIOR
P M - 5

          CLIPPING DE QUINTA-FEIRA,

 14 DE JANEIRO DE 2016

  



AVANÇO NA TAXA DE HOMICIDIOS COLOCA RS ENTRE OS MAIS VIOLENTOS (CAPA E PÁGINAS 6 E 7) Diferentemente do que muita gente pensa ou diz, a escalada de violência não é generalizada no Brasil. Ao comparar estatísticas divulgadas por secretarias estaduais de Segurança, o sinal é de que o crescimento da criminalidade não é um fenômeno nacional.Levantamento nos 11 maiores Estados, onde vivem 78% dos brasileiros de norte a sul do país, aponta que os homicídios – o principal indicador internacional de violência –, cresceram somente entre gaúchos e pernambucanos de janeiro a setembro do ano passado ante igual período de 2014. E, no mesmo intervalo, o Rio Grande do Sul ainda registra os maiores aumentos de assaltos e de roubos de veículos entre sete Estados pesquisados. Em média, os homicídios nos 11 estados reduziram 6,3%. Mas no Rio Grande do Sul, subiram 3,5% e, em Pernambuco, 11,6%. Os índices estão em ascendência há pelos menos três anos. Neste período, o governo gaúcho, na tentativa de conter as mortes, lançou projetos especiais em áreas conflagradas, como os Territórios da Paz, formou força-tarefa conjunta entre PMs e policiais civis e criou delegacias especializadas para investigar homicídios em 11 cidades. As iniciativas não tiveram o resultado esperado. Em Pernambuco, a principal medida para enfrentar crimes de sangue foi o chamado Pacto pela Vida, criado em 2007 e regulamentado em decreto como política de segurança cinco anos depois. O programa até colheu bons frutos por algum tempo, mas dá sinais de fragilidade. O curioso neste paralelo, é que, nos dois casos, as explicações para o aumento das mortes são parecidas. Autoridades pernambucanas lamentaram às dificuldades financeiras no país e uma espécie de boicote de policiais em cumprir metas, por causa de congelamento de salários. Em entrevista semana passada, o governador José Ivo Sartori justificou como uma das razões para a elevação da violência no RS a crise na economia nacional e o desemprego. Mas uma análise da estatística indica outra realidade nacional, sobretudo no centro do país. Os melhores índices de redução da violência pertencem a São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente os Estados com maior destaque e visibilidade. Além da elevação dos homicídios, o Rio Grande do Sul amarga números nada invejados em crimes contra o patrimônio. Os assaltos cresceram 26,3% em 2015, e os roubos de veículos, ainda mais, 30,4%. Parte disso pode ser atribuída à queda drástica do efetivo de policiais militares nas ruas e do aumento de criminosos condenados em prisão domiciliar por falta de vagas nas cadeias, como noticiou ZH no domingo. Assim como para evitar homicídios, autoridades gaúchas já experimentaram ações para frear os ladrões de carros, responsáveis, também por latrocínios (roubo com morte). Algumas não saíram do papel, como a que prevê câmeras de vigilância inteligentes em vias de grande circulação, que alertam a uma central de monitoramento sobre a passagem de veículos em situação irregular. A última promessa, prevista para entrar em prática no mês que vem, é a nova lei dos desmanches, com objetivo de inibir os crimes relacionados aos roubos e furtos de automóveis, combatendo o comércio clandestino de autopeças entre ferros-velhos ilegais. “O grande desafio é investir em segurança e na qualificação da gestão”, avalia José Vicente da Silva, coronel reformado da PM de São Paulo e professor do Centro de Altos Estudos de Segurança da corporação. ESTADO
PARA ESPECIALISTAS, AUTORIDADES AMENIZAM RESPONSABILIDADES (PÁGINA 7) A cada manifestação de uma autoridade, sua responsabilidade tenta ser minimizada, empurrando o problema para o contexto nacional, afirma o consultor em segurança José Vicente da Silva. O especialista lembra que fatores sociais e econômicos influenciam na violência, mas assegura que a polícia pode e deve fazer diferença no combate à criminalidade. “Não adianta dizer que tem problemas em todo o Brasil. Existem problemas de segurança no país? Existem. Mas existem áreas de sucesso. Em algum momento, o Rio Grande do Sul tem de rea­gir para a situação não piorar ainda mais”, opina o consultor, coronel reformado da PM de São Paulo e professor do Centro de Altos Estudos de Segurança da corporação. “Os discursos são tentativas de justificar o fracasso da política de segurança”, opina o sociólogo Rodrigo Azevedo, professor da PUCRS e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Azevedo elenca três pontos que considera fundamentais para reprimir a criminalidade:
1 Investir em policiamento ostensivo, com foco da melhoria na sensação de segurança e no recolhimento de armas.
2 Maior articulação entre Estado e prefeituras, com participação das guardas municipais e outros organismos para ampliar serviços essenciais, como iluminação das ruas e evitar a degradação de ambientes públicos.
3 Necessidade de investir em presídios para reduzir o poder de facções, propulsoras da violência.
COMO RIO E SÃO PAULO DIMINUEM TAXAS DE CRIMES (PÁGINA 7) O Rio de Janeiro e São Paulo aparecem no topo no ranking de 11 estados como os únicos que, simultaneamente, baixaram os índices de assassinatos, assaltos e roubos de veículos em 2015. São Paulo apresenta queda de 11,7%. Foram 2.965 assassinatos (até setembro), o mesmo número de vítimas no Ceará, Estado com cinco vezes menos habitantes. No Rio, o recuo dos homicídios em 2015 foi ainda mais representativo, 18,9%. Os homicídios em São Paulo estão em queda há pelo menos 15 anos, e atingiram em 2015 o índice mais baixo no período, com taxa de 6,7% casos para cada 100 mil habitantes (até setembro). E a projeção para 2016 é de baixar mais as taxas de violência. Em 8 de janeiro, a capital paulista alcançou marca invejável. Com 11,9 milhões de moradores – mais habitantes do que o Rio Grande do Sul –, a maior cidade da América Latina comemorou 24 horas sem registro de homicídios, fato parecido tinha ocorrido em dezembro de 2007. Mais rico Estado brasileiro, responsável por um terço do PIB do país, São Paulo vem investindo pesado em segurança há quase duas décadas. Algumas ações: ergueu mais de 50 penitenciárias, construiu cerca de 500 bases comunitárias para a policia militar – metade fixas em bocas de favelas e áreas conflagradas, e vem contratando policiais, à medida que outros se aposentam. A PM paulista tem cerca de 90 mil servidores e perdeu 3 mil (3,3%) em 2015. A Brigada Militar tem 21,4 mil PMs e deixaram a corporação 2,1 mil (10%) no ano passado, sem perspectivas de contratação de novos servidores a curto prazo. No Rio de Janeiro, uma das estratégias foi a instalação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em 38 regiões, 37 na Capital, aumentando o policiamento em áreas conflagradas e interromper o que é chamado de lógica de guerra, onde vivem 1,5 milhão de pessoas – equivalente a população de Porto Alegre.Também foi estabelecido um sistema de metas compartilhadas para melhoria dos serviços que são cobradas em conjunto, tanto da PM quanto da Polícia Civil, o que as obrigou a trabalhar em parceria. Nas unidades que atingem os índices de produtividade, todos os servidores são premiados com dinheiro, variando de R$ 4,5 mil a R$ 13,5 mil para cada policial por semestre (os valores estão sendo revisados por conta da crise financeira que o Estado enfrenta este ano). É verdade que parte desses investimentos é fruto de ajuda federal por causa de eventos internacionais como Jogos Pan-americanos, em 2007, depois para Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíada, que ocorrerá em agosto deste ano. “O aporte de recurso foi proporcional aos desafios. Esses eventos exigem muito das polícias”, afirma Roberto de Sá, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança do Rio. RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO

PIRATINI RENOVA GESSO NOS GASTOS PÚBLICOS (POLITICA +, COLUNA DE ROSANE DE OLIVEIRA, PÁGINA 8) Os próximos seis meses serão de cintos apertados no governo do Estado. O decreto assinado ontem pelo governador José Ivo Sartori renova o gesso que, ao longo de 2015, resultou numa economia de R$ 980,8 milhões. Orçadas em R$ 5,03 bilhões, as despesas de custeio caíram para R$ 4,05 bilhões. A tática do governo é renovar o decreto de seis em seis meses. Não há qualquer sinal de que Sartori venha a afrouxar o torniquete no segundo semestre. Na prática, a assinatura do decreto significa que o governo continuará segurando os gastos com diárias, horas extras, passagens aéreas, consultorias, serviços terceirizados e compra de material permanente. Viagens ao Exterior serão tratadas como exceção e terão de ser autorizadas pelo governador. O repórter Matheus Schuch, da Rádio Gaúcha, descobriu que a primeira exceção aberta é a viagem do secretário da Educação, Vieira da Cunha, aos Estados Unidos e à Inglaterra, para participar de encontros e visitas a instituições. Vieira ficará no Exterior de 16 a 30 de janeiro. São sete diárias de 360 euros e sete de US$ 300, mais as passagens aéreas, em valor não informado. O ponto mais polêmico do decreto é, novamente, o congelamento das nomeações e a proibição de abertura de novos concursos públicos. Em entrevista à Gaúcha Serra, o governador repetiu o argumento usado ao longo de todo o ano passado e nos primeiros dias de 2016, ao ser questionado sobre a nomeação de concursados para a área de segurança: não tem como colocar mais gente para dentro da máquina pública, se falta dinheiro para pagar os atuais servidores. “Queremos conter gastos para fazer mais nessas áreas. Quando tivermos margem financeira, responsavelmente, vamos ampliar os efetivos”, escreveu Sartori em seu perfil oficial no Twitter. Em outro post, avisou: “Mas não esperem de mim falsas promessas e nem irresponsabilidade. Sei o meu papel e o preço político das decisões”. O decreto prevê que concursos com validade a expirar nos próximos 180 dias poderão ser prorrogados pelos secretários da área. O problema para os aprovados é que alguns processos seletivos já foram prorrogados e não podem ter o prazo de validade estendido. O texto abre a possibilidade para contratações e nomeações em caráter excepcional. Isso significa que o Estado poderá, por exemplo, nomear agentes da Susepe para permitir a abertura de novos presídios. Ou chamar professores, se não for suficiente a devolução dos que estão cedidos para outros órgãos. Pelos cálculos do Piratini, o Executivo está impedido de contratar novos servidores por ter superado o limite prudencial para gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Em relação a brigadianos e policiais civis, não há previsão de nomeação nos próximos seis meses. Aliados de Sartori estão tentando convencê-lo a propor a extinção de órgãos públicos considerados desnecessários, com o compromisso de investir todo o valor economizado na ampliação do efetivo na área de segurança pública.

QUAIS OS DESAFIOS DE SARTORI PARA HONRAR COMPROMISSOS ASSUMIDOS (PÁGINA 10) Se quiser honrar os compromissos assumidos em entrevistas concedidas quinta-feira passada, o governador José Ivo Sartori terá de superar uma série de entraves. Conhecido pela aversão a promessas, Sartori revelou três prioridades de sua gestão: concluir a duplicação da ERS-118 até o fim do mandato, lançar ainda este ano os primeiros editais para a concessão de estradas e apresentar, em fevereiro, projeto de lei para ampliar o número de PMs nas ruas.Nenhuma das iniciativas depende exclusivamente da vontade do chefe do Poder Executivo. O caso mais emblemático é o da ERS-118, na Região Metropolitana. Desde 2006, quando as máquinas iniciaram o trabalho – suspenso há mais de ano –, sucessivos governos prometeram a conclusão. Nenhum cumpriu. Com o agravamento da crise, o sonho parece ainda mais distante. Sartori inicia o segundo ano de gestão sem nem sequer ter um plano definido em relação à rodovia. Segundo o secretário dos Transportes, Pedro Westphalen, “duas ou três propostas estão sendo finalizadas”, e as obras serão concluídas a tempo. Mas, na prática, não há garantias. Quanto ao plano de concessões, Sartori depende da Assembleia para levar a iniciativa adiante. Se conseguir a aprovação e lançar os editais no prazo estipulado, ainda terá desafio maior pela frente: torcer para que apareçam interessados e fechar bons negócios para o Estado. Como o tema ganhou status de tabu, o líder do governo no parlamento, Alexandre Postal (PMDB), sabe que terá trabalho para convencer os aliados a darem o primeiro passo: “Não vai ser uma coisa tranquila, mas vamos fazer o possível pela aprovação”. No caso dos PMs cedidos que atuam em áreas administrativas e poderiam estar policiando as ruas, também há dúvidas. A proposta não está clara e dependerá de aval do Legislativo. Há incertezas quanto a sua efetividade e restrições de entidades como a Associação de Cabos e Soldados (Amabf) e a Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asof). “Nem de longe isso vai solucionar a defasagem de efetivo. É mais um paliativo para iludir a população”, afirma o presidente da Asof, coronel Marcelo Frota. O comandante-geral da BM, coronel Alfeu Freitas defende a mudança: “Diante das atuais circunstâncias, qualquer reforço é bem-vindo”. PORTO ALEGRE

MÃES MORTAS AO DEFENDER SEUS FILHOS (PÁGINA 22) Tragédia anunciada. Assim, vizinhos definem a morte da idosa Corina Pedroso Dias, 79 anos, assassinada pelo próprio filho, na noite de terça-feira, no centro de Gravataí. Embora os problemas com Luiz Ademir Pedroso Dias, 59 anos, fossem constantes, Corina registrou só uma queixa contra o filho, em 2008, por lesões corporais. Na terça-feira à tarde, a Brigada Militar foi acionada por vizinhos, pois Luiz ameaçava mais uma vez a mãe, na casa onde moravam, na Rua Heitor de Jesus. Corina disse aos policiais militares (PMs) que o filho precisava ser internado, devido a problemas com álcool, mas negou-se a registrar ocorrência.Com sinais de embriaguez, Luiz desacatou os PMs e foi preso. Levado à delegacia, foi ouvido e liberado. Por volta das 20h, voltou a brigar com a mãe em casa. Os gritos atraíram a atenção dos vizinhos. Quando um deles entrou na residência, encontrou Corina morta, sobre uma escada de alumínio, que havia sido utilizada por Luiz para golpear a mãe. Autuado em flagrante por homicídio doloso, ele foi levado ao Presídio Central. Para outra mulher, em Guaíba, o instinto materno também foi fatal. Passava das 22h30min de terça-feira, na casa 13 da Rua D, bairro Nova Guaíba, quando Maria Margarete Corrêa, 52 anos, ouviu o pedido da irmã que segura sua mão: “Cuida do meu filho, dos meus netos, não deixa eles ficarem na rua que é muito perigoso”, disse a aposentada Ivonete Teresinha Paz Teixeira, 56 anos, baleada no abdômen e em um dos joelhos. A aposentada chegou a ser levada para o hospital no carro de um vizinho, mas morreu no caminho. Minutos antes, um homem desceu de uma moto na rua atirando com uma pistola .40. Matou o adolescente Rikelme da Silva Assis, de 14 anos, e feriu outros dois, de 15 e 14 anos. Quando entrou no pátio de Ivonete, ela trancou porta da casa, na qual o assassino desferiu vários tiros, que atravessaram e acertaram a aposentada. Na residência, haviam também netos dela e o filho, Ronaldo Paz Braga, 23 anos, que, segundo a polícia, seria o alvo. A família rechaça essa hipótese.

CUIDADO QUE QUEIMA (PÁGINA 28) Não é apenas para os veranistas que os dias de sol, pouco vento e água clara registrados no Litoral Norte estão convidativos. As águas vivas também afluíram em peso para a orla neste início de temporada, mais numerosas que os argentinos. Na manhã de ontem, que registrou 33ºC, os salva-vidas das guaritas 77, 76, 75 e 74 de Capão da Canoa tiveram de cravar a bandeira de cor roxa, usada para delimitar os locais com infestação das mães d’água. Ao longo da extensão dos quatro postos de observação, foram mais de 60 ataques. “Só durante a manhã foram mais de 30 ocorrências de queimaduras aqui na nossa guarita. Muitas delas, em crianças. Colocamos o aviso para alertar, mas mesmo assim as pessoas assumem o risco e entram no mar”, contou o sargento José Alex Antunes, que fica de guarda no posto 75. Desde o verão passado, quando os ataques ardidos viraram rotina, muitos salva-vidas mantêm nas guaritas garrafas de vinagre para distribuir aos banhistas que foram queimados. “A garrafa de um litro de vinagre acabou rápido hoje. Distribuímos para todos que vêm pedir ajuda”, contou o soldado Eduardo Jardim, da guarita 77. Maria Eduarda Barbosa, 12 anos, saiu da água aos prantos em direção à guarita 74 para pedir ajuda. A menina, natural de Lavras do Sul, está veraneando pela primeira vez em Capão da Canoa com a família. Logo no primeiro banho de mar do ano, foi apanhada: “Estava aproveitando o mar quando senti uma fisgada e depois uma ardência. Minhas duas pernas estão muito doloridas”, contou, soluçando, enquanto aplicava uma compressa com vinagre dado por salva-vidas. Raquel Flores, 62 anos, estava animada para entrar na água, mas, após ver o aviso em roxo, foi até a guarita 75 para pedir informações. Após as respostas, mudou de ideia. “O mês de janeiro estava tão chuvoso, daí, quando abre esse tempo limpo, com mar na temperatura perfeita, aparecem esses bichos para incomodar a gente. Desisti de dar um mergulho”, contou, irritada, a aposentada. Desde o ano passado, a bandeira de cor roxa com os dizeres “Atenção: incidência de águas-vivas” é utilizada na beira-mar e indica aos banhistas a necessidade de cautela. A marcação é resultado de uma parceria entre Operação Golfinho e a universidade Feevale.  Ainda não existe uma norma de como utilizar o sinal indicativo. Os salva-vidas afirmaram que a região que tem mais de dois ataques já recebe a bandeira de alerta. Conforme o chefe das Operações dos Salva-Vidas da Brigada Militar, major Julimar Fortes, a bandeira ajudou no ano passado a conscientizar os veranistas: “A incidência dos ataques é complicada de controlar, porque muitas pessoas que são atacadas não procuram os socorristas. Na questão da conscientização, o projeto deu certo porque mostra aos veranistas as áreas onde pode existir maior risco”. Como no último verão, os banhistas que sofrerem as ferroadas das medusas também são incentivados a responder a um questionário sobre a ocorrência. As respostas se transformam em dados que são tabulados pelo Centro de Pesquisa e Planejamento (CPP) da Feevale. “Esse trabalho é importante para que possamos determinar o perfil das pessoas que se queimam e, também, o tipo de lesões provocadas. Desta forma, os salva-vidas terão estatísticas para poder agir preventivamente”, explica o coordenador do CPP, Diego Martins de Assunção. De acordo com Cariane Campos Trigo, bióloga do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), a presença das ameaças gelatinosas são comuns para esta época. “As águas-vivas buscam águas quentes para se reproduzir. Quando o mar está límpido e não tão gelado, elas aparecem”, diz a especialista. CAPÃO DA CANOA

MORTES NA PRAIA ALERTAM PARA PERIGO DO REPUXO (PÁGINA 29) Corrente de água que volta da praia para o oceano, abrindo canais que garantem fama de revolto ao mar gaúcho, o repuxo ajudou a engrossar as estatísticas de mortes por afogamento no começo desta semana. Na terça-feira, dois jovens morreram afogados em Atlântida Sul depois de entrarem no mar sinalizado como impróprio para banho pelos salva-vidas. Patrick Lucas Porto, 21 anos, e Matheus Porto Campelo, 17 anos, afogaram-se perto da guarita 108. Patrick foi resgatado do mar inconsciente e morreu no Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa. Matheus ficou desaparecido até o meio-dia de ontem, quando o corpo foi localizado. Mais duas mulheres, de 20 e 30 anos, que também estavam próximas à guarita 108, foram resgatadas pelos salva-vidas e receberam atendimento médico. Segundo o chefe de operações da Operação Golfinho, major Julimar Fortes, os acidentes poderiam ter sido evitados se os banhistas tivessem respeitado a orientação dos salva-vidas: o local estava sinalizado com bandeira preta devido a uma corrente de retorno. “A ação dos salva-vidas é preventiva. Eles são os primeiros a chegar à praia para avaliar as condições e indicar aos veranistas se a área é própria para banho ou não. Os acidentes podem ser evitados se as pessoas forem mais cautelosas”, adverte. As correntes de retorno estão entre as principais causas de morte por afogamento no Litoral Norte. Conforme Fortes, o fenômeno é comum nas praias gaúchas, favorecido pelas condições geográficas. “Nossas praias, de mar aberto, sem enseadas, favorecem esse tipo de fenômeno. Apesar disso, é difícil prever onde vão se formar, porque não ocorrem sempre no mesmo lugar”, explica. As correntes variam em tamanho, largura, profundidade, velocidade e potência. Elas se formam, geralmente, quando as ondas quebram e empurram a água acima do nível médio do mar. A velocidade do fluxo de água retornando ao mar pode variar de 0,5 metros por segundo a até 3,5 metros por segundo – o que pode surpreender até um nadador habilidoso.Para prevenir acidentes, segundo o chefe da Operação Golfinho, o ideal é ficar atento à sinalização e aos alertas dos salva-vidas. Caso a pessoa caia no “repuxo”, a recomendação é manter a calma e nunca nadar contra a corrente. Se puder flutuar, o banhista deve acompanhar as ondas de lado até chegar a um banco de areia ou receber ajuda.Desde o início da Operação Golfinho, em 19 de dezembro, pelo menos 28 pessoas já perderam a vida em casos de afogamento em locais onde não há atendimento de salva-vidas no Rio Grande do Sul – basicamente praias de água doce. O número é mais de 125% maior do que o registrado no mesmo período da temporada passada. Nas praias onde há salva-vidas, cinco pessoas morreram afogadas desde o começo da Operação, duas a mais que no mesmo período da temporada passada. LITORAL NORTE


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