segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

“Apologia ao crime” Cel Pafiadache




“Apologia ao crime” Cel Pafiadache

Cel Nelson Pafiadache da Rocha – Ex-comandante geral da Brigada Militar
ZCel Pafiadache

Olhar atento sobre a segurança

11 fev  2016 –   nelson.pr@terra.com.br

Apologia ao crime

O título parece forte, mas de alguma forma pelo que ouço pela manhã no meu radinho de pilha, as manifestações de tradicional radialista, o qual seguidamente responde aos seus interagentes ouvintes que criticam certa retração da polícia diante do que considera clamor das pessoas, notadamente em eventos teatrias e musicais da Cidade. Reclamam do assédio dos ditos guardadores de automóveis que vem ao encontro dos motoristas e os achacam a requisitar dinheiros por antecipação. Negado, dizem fazer-lhes ameaça.
Decorre disso que o ilustre comunicador, de pronto aponta a ausência da Polícia Ostensiva e de que quando esta, se apresenta, o faz em número reduzido, não dando conta do recado, pois o aviltamento corre solto. No entanto o dito parece desconhecer quem tem Lei Municipal que regulamenta tal atividade e sabemos que nem todos atuam em atenção aos ditames dessa. Sonega informação que dito mandamento tem origem em proposição de um Vereador que foi antes, Chefe de Polícia e muitos outros detalhes que o cidadão portoalegrense também sabe.
Por outro lado, aduz o dito muita dose de saudosismo e evoca os tempos de certo Delegado que fazia e acontecia para inibir dito molestamento. Volta e meia cita Comandantes da Brigada e os coloca em patamares acima do bem e do mal, por certos por laços afetivos ou por conta do bom uso que muitos possam ter sido agraciado pelos favores e simpatia da mídia.
Nada disso é relevante, porque assim como eu, os demais Coronéis não atuaram em face de disputa e o que o julgamento maior repousa apenas na consciência de cada um. Afora isso, apenas convém ressaltar que muitas das assinaladas bravatas e ações livres de censura ocorreram em tempos onde os direitos humanos sofriam algum capitis diminutio, restrição, vez que o nosso Estado de Direito ainda se achava em vias de consolidação.
Ora, ser herói em tempo de guerra que só traz vantagens, pousa mais de veronha do que mérito. Por isso convém lembar que hoje, com direitos e princípios ampliados e amparados, que a lei se cumpra, pois a polícia é garante até da molestação. Explico: Em sendo apontado um crime, para que ocorra a devida responsabilização, este deve se apresenar com todos os seus pressupostos; autoria, materialidade, vítima e coprovação de tudo.
Importa então esclarecer, especialmente aqueles que se acham tão citados pelo tradicional radialista que as pessoas que vão a um espetáculo, não gostariam de perdê-lo para ir a uma Delegacia prestar depoimento e nem mesmo se atrasar para o repasse de informações ao Policial na confeção de um Boletim ou TC.
O tempo da auto promoção de xerifados a moda Velho Oeste findou, a não para quem goste muito de literatura e queira ser personagem do livro “ O Coronel e o Lobisomen”, até porque “dura lex, sed lex”!
11 fev  2016 –   nelson.pr@terra.com.br

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