“Apologia ao crime” Cel Pafiadache
Cel Nelson Pafiadache da Rocha – Ex-comandante geral da Brigada Militar
Olhar atento sobre a segurança
11 fev 2016 – nelson.pr@terra.com.br
Apologia ao crime
O título parece forte, mas de alguma
forma pelo que ouço pela manhã no meu radinho de pilha, as manifestações
de tradicional radialista, o qual seguidamente responde aos seus
interagentes ouvintes que criticam certa retração da polícia diante do
que considera clamor das pessoas, notadamente em eventos teatrias e
musicais da Cidade. Reclamam do assédio dos ditos guardadores de
automóveis que vem ao encontro dos motoristas e os achacam a requisitar
dinheiros por antecipação. Negado, dizem fazer-lhes ameaça.
Decorre disso que o ilustre comunicador,
de pronto aponta a ausência da Polícia Ostensiva e de que quando esta,
se apresenta, o faz em número reduzido, não dando conta do recado, pois o
aviltamento corre solto. No entanto o dito parece desconhecer quem tem
Lei Municipal que regulamenta tal atividade e sabemos que nem todos
atuam em atenção aos ditames dessa. Sonega informação que dito
mandamento tem origem em proposição de um Vereador que foi antes, Chefe
de Polícia e muitos outros detalhes que o cidadão portoalegrense também
sabe.
Por outro lado, aduz o dito muita dose
de saudosismo e evoca os tempos de certo Delegado que fazia e acontecia
para inibir dito molestamento. Volta e meia cita Comandantes da Brigada e
os coloca em patamares acima do bem e do mal, por certos por laços
afetivos ou por conta do bom uso que muitos possam ter sido agraciado
pelos favores e simpatia da mídia.
Nada disso é relevante, porque assim
como eu, os demais Coronéis não atuaram em face de disputa e o que o
julgamento maior repousa apenas na consciência de cada um. Afora isso,
apenas convém ressaltar que muitas das assinaladas bravatas e ações
livres de censura ocorreram em tempos onde os direitos humanos sofriam
algum capitis diminutio, restrição, vez que o nosso Estado de Direito
ainda se achava em vias de consolidação.
Ora, ser herói em tempo de guerra que só
traz vantagens, pousa mais de veronha do que mérito. Por isso convém
lembar que hoje, com direitos e princípios ampliados e amparados, que a
lei se cumpra, pois a polícia é garante até da molestação. Explico: Em
sendo apontado um crime, para que ocorra a devida responsabilização,
este deve se apresenar com todos os seus pressupostos; autoria,
materialidade, vítima e coprovação de tudo.
Importa então esclarecer, especialmente
aqueles que se acham tão citados pelo tradicional radialista que as
pessoas que vão a um espetáculo, não gostariam de perdê-lo para ir a uma
Delegacia prestar depoimento e nem mesmo se atrasar para o repasse de
informações ao Policial na confeção de um Boletim ou TC.
O tempo da auto promoção de xerifados a
moda Velho Oeste findou, a não para quem goste muito de literatura e
queira ser personagem do livro “ O Coronel e o Lobisomen”, até porque
“dura lex, sed lex”!
11 fev 2016 – nelson.pr@terra.com.br
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