ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
BRIGADA MILITAR - ESTADO MAIOR
P M - 5
CLIPPING DE QUINTA-FEIRA,
04 DE FEVEREIRO DE
2016
PRESIDIO
CONDENADO GANHA PROMESSA DE NOVOS PRÉDIOS (CAPA E PÁGINAS 6, 7 E 26) O Presídio Central de
Porto Alegre não será mais desativado. A decisão foi tomada pelo governo José
Ivo Sartori (PMDB) e contraria o seu antecessor, Tarso Genro (PT), que chegou a
iniciar a demolição daquela que já foi considerada por organismos de direitos humanos
“a pior prisão do Brasil”. Em vez de fazer do cárcere área arrasada, a atual
gestora da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Marli Ane
Stock, pretende substituir pavilhões degradados por nove prédios modernos.
Apesar do anúncio público, custos, prazos e condições para realizar as obras
ainda são incógnitas. A proposta é mais uma ressurreição do Central, cuja morte
já foi anunciada três vezes por governantes do RS, devido à deterioração dos
edifícios que o compõem. Por mais curioso que pareça, essa já foi uma
prisão-modelo. Leonel Brizola era um jovem e impetuoso governador quando, em
1959, anunciou a inauguração de uma das mais modernas cadeias do Brasil: o
Central, destinado a abrigar 666 presos provisórios (não-condenados) de Porto Alegre.
A prisão surgia para substituir a antiga Casa de Correção, fundada em 1855, ao
lado da Usina do Gasômetro, e que acondicionava 200 detentos em situação
insalubre. Insalubre também ficou o Central, após décadas de infiltrações de
chuva e esgoto, além de perfurações feitas pelos presos para esconder drogas,
armas e telefones. Virou um “queijo suíço”. Tudo isso agravado pela
superlotação. Apesar de ter ganho pavilhões, que aumentaram sua capacidade para
1,6 mil presos, o presídio está hoje com 4,4 mil ocupantes – mais de três vezes
a capacidade. Já em 1995 o então governador Antônio Britto, atormentado por
meses de seguidas rebeliões, foi o primeiro a prometer a desativação do
Central. Fez isso após 45 presos fugirem, no Carnaval daquele ano. Até chamou a
Brigada Militar (BM) para gerenciar o presídio e as principais cadeias gaúchas
– o que se mantém até hoje. Mas Britto deixou o governo, o Central continuou de
pé e a lotação do presídio quase triplicou: na época, havia 1,8 mil ocupantes. Yeda
Crusius, eleita em 2007, também prometeu acabar com a cadeia. Não o fez e até
inaugurou, em 2008, quatro novos pavilhões. O último a anunciar demolição foi
Tarso Genro, em 2013. Um ano depois, seu secretário da Segurança Pública,
Airton Michels, deu a primeira marretada da queda do Pavilhão C. A medida, em
unidade recém restaurada, foi criticada. “É o primeiro passo para conter a
criminalidade. As pessoas entram aqui e saem piores”, discursou Michels, ao
martelar as paredes, em 14 de outubro de 2014. Era véspera de eleição e o
governo tentava granjear simpatia com a desestruturação de um presídio símbolo
do que o sistema carcerário tem de pior. Mas Tarso não conseguiu se reeleger e
seu sucessor, Sartori, decidiu agora seguir um velho ditado: “mais vale um
pássaro na mão do que dois voando”. Optou por manter o Central, já que o Estado
tem carência de 6 mil vagas e não pode se dar ao luxo de demolir uma cadeia. A
Susepe promete ainda cobrir com tela 16 pátios, como forma de coibir o
arremesso de celulares de fora para dentro.Feito fênix, a maior – e mais
polêmica – cadeia do Estado ressurge, após o anúncio da sua morte. PORTO ALEGRE
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SALVA-VIDAS
DA MEMÓRIA (PÁGINA 30) É de recortes de jornais guardados ao longo da vida que o
artista plástico Luiz Carlos Caetano tirou a inspiração para uma exposição
inusitada em Capão da Canoa, no Litoral Norte. Imagens de guarda-sóis,
banhistas ao mar e casinhas de salva-vidas eram suas preferidas e são tema de
pinturas de Caê, como faz questão de ser chamado. Mas as guaritas não
encontravam na tela e na tinta uma reprodução à altura das memórias que o
artista de 71 anos tem de veraneios em Tramandaí e Cidreira. As casinhas
esguias e coloridas eram quase tão fascinantes quanto o mar, e as bandeirinhas
ao alto indicavam se daria praia naquele dia. “As casinhas têm um glamour, são
uma atração à parte. Quando percebi que tinha um volume grande de recortes de
fotos, quis recuperar a história com réplicas”, diz o artista. Caetano saiu
catando pedaços de madeira, borracha e tocos pelos terrenos e marcenarias de
Capão. Havia 10 anos que vivia na praia, período no qual mergulhou na arte. A
mulher – acostumada com o exotismo do marido – mais de uma vez reclamou da
chegada de entulho na casa. “Cada vez que eu ia à farmácia ou ao supermercado,
voltava cheio de material. A patroa já me olhava atravessado quando eu saía de
carro”, brinca. O trabalho durou todo o 2015. O resultado é uma encantadora e
saudosa coleção de pequenas guaritas. As 18 réplicas – com precisão nas
pequenas boias, nos salva-vidas, nas escadas e na miniatura de bandeirinhas –
recuperam 80 anos de mudanças na estrutura das casinhas do Rio Grande do Sul. Está
lá o primeiro modelo de vigia que se tem notícia no Estado, construído pela
prefeitura de Osório no balneário de Santa Terezinha e em Capão da Canoa.
Erguida em 1936, era uma rústica torre branca de seis metros de altura, com uma
cobertura tão precária que deixou o primeiro salva- vidas gaúcho, Manoel
Albino, cego de um olho em razão da luz solar, segundo o artista. Aos poucos,
as casinhas foram se tornando sensação nas praias. Eram onde as crianças
queriam subir para ver o mar de um ângulo privilegiado, e os casais se
escondiam para trocar carícias no final da tarde. Preocupadas com a água
revolta, famílias buscavam ao redor das cabinas local seguro para descansar
enquanto as crianças se banhavam. Não custou para que a prefeitura de Torres
criasse uma charmosa plataforma para os salva-vidas, nos anos 1960, seduzindo
veranistas a conhecer a cidade e tirar fotos com suas novíssimas câmeras
Rolleiflex. “As prefeituras passaram a disputar quem tinha a guarita mais
bonita. E os veranistas de balneários mais caprichados adoravam cantar vantagem
sobre os amigos de praias vizinhas”, diz Caetano. O trabalho de Caetano mostra
a evolução das guaritas até a recente padronização, no modelo de madeira
triangular em vermelho – material mais simples do que as estruturas de concreto
e vigas de antigamente. As poucas estruturas diferentes sobrevivem na Costa
Doce, em praias como Itapuã e São Lourenço do Sul. CAPÃO DA CANOA
CARNAVAL
DE RUA DA CAPITAL TEM MAIS DUAS DATAS ALTERADAS (PÁGINA 31) A Secretaria
Municipal da Juventude anunciou na tarde de ontem que o Carnaval de rua da
Cidade Baixa terá mais duas datas alteradas em razão dos transtornos causados
pelo temporal da última sexta-feira. Os desfiles que ocorreriam nos dias 6 e 9
de fevereiro, dos blocos Banda DK e Baile Infantil da Rua do Perdão, serão
remarcados para datas a serem definidas pela prefeitura, pelos blocos, pelas
produtoras e pela Brigada Militar.No anúncio divulgado em sua página no
Facebook, a secretaria afirmou que, “no momento, toda a infraestrutura da
prefeitura está voltada para a reconstrução da cidade” e que, portanto, não
será possível garantir a realização do evento nas datas previstas pela
programação.No sábado, dia seguinte ao temporal, os desfiles dos blocos Maria
do Bairro e Galo de Porto também foram cancelados. O Maria do Bairro informou
em sua página no Facebook que realizará a festa em 19 de março, “dando tempo
suficiente” para a recuperação da cidade. A largada do Carnaval de rua ocorreu
em 23 de janeiro, com os blocos Panela do Samba e Do Jeito Que Tá Vai, os
únicos a desfilarem até o momento. Em razão da reclamação de moradores da
Cidade Baixa, intervenção do Ministério Público e limitação do efetivo da
Brigada Militar, a programação oficial, anunciada semanas antes do temporal que
afetou parte da cidade, foi reduzida neste ano, com seis dias de apresentações
no bairro e dois na Orla do Guaíba. Em 2015, foram 10 dias de evento na Cidade
Baixa, seis na orla e dois no Centro. PORTO ALEGRE
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