lcbergenthal@yahoo.com.br

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Fábricas fogem da recessão na China
Luis Dufaur (*)
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Mercado de sapatos fechado em Houjie, China
Pequim assiste na corda
bamba à migração das fábricas manufatureiras de baixou custo para outros
países, registrou o jornal econômico americano “The Wall Street
Journal”.
Pequim não publica
números sobre os fechamentos ou mudanças de fábricas. A investigadora
Justina Yung, da Universidade Politécnica de Hong Kong, a pedido da
Federação das Indústrias de Hong Kong, calculou que as empresas da
cidade que operam no vizinho Delta do Rio das Pérolas diminuíram de um
terço no período 2006-2013.
Os custos do trabalho na
China superam há anos a inflação, segundo a consultora BMI Research, e
quase quadriplicam os de Bangladesh, Camboja, Myanmar e Laos.
A tendência é mudar para o Vietnã, diz Wang Wei, gerente-geral de Guangzhou Weihong Footwear Industrial Co., fabricante de sapatos esportivos para Nike, Adidas e Puma.
Para conter a fuga, o
governo oferece subsídios e incentivos em regiões mais centrais, onde os
salários podem ser até 30% inferiores.
Pequim também exorta as empresas a se automatizarem, investir em tecnologia e produzir objetos de maior valor agregado.
Mapa das greves na China nos últimos seis meses segundo o China Labour Bulletin
Porém, a China não consegue sair da fabricação de produtos básicos e seus custos continuam subindo.
O processo pode gerar
tensões sociais. A migração das fábricas para o exterior trouxe
demissões em massa e fechamento de unidades. O índice de desemprego
oficial é de 4% há duas décadas, número hoje manifestamente falso.
O descontentamento vem
sendo abafado pelo controle estatal da mídia. Mas os protestos operários
aumentaram 35%, segundo o China Labour Bulletin.
A frustração é patente
nas redes sociais, menos controláveis pelo governo. “As fábricas
chinesas e estrangeiras estão saindo do país. Nós vamos morrer de fome”,
lê-se nos foros de discussão.
“As manufaturas baratas
vão para o Sudeste asiático e as mais sofisticadas voltam para os EUA e a
Europa”, escreveu um usuário na Weibo. “Está vindo a grande recessão”,
comentou um outro.
( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM
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