Desembargador joga entulho em terreno e dá voz de prisão a policial
O advogado Heitor
Fabreti Amante, que representa o policial, afirma que a reação de Polera
foi imediata ao ver a mulher agredida. “O desembargador – que nessa
hora ninguém sabia que era desembargador – deu um soco no rosto da
mulher que ela rolou no mato. O marido dela pediu pro filho buscar uma
pochete que tinha uma arma. Ele sacou a arma e deu voz de prisão ao
desembargador. Aí ele (Espíndola) tirou uma carteira com uma
identificação do TJ e disse que o marido dela estava preso”, conta.
Poleira teria pego a chave da caminhonete do desembargador para impedir
que ele saísse dele do local. Com a chegada da PM, Espíndola exigiu que o
policial civil fosse preso. A PM, então, acionou o Centro de Operações
Policiais Especiais da Polícia Civil para encaminhar Antonio Carlos à
delegacia. Segundo o advogado, a arma dele é numerada e estava regular.
“Arma numerada, regular, com carga para ele”, diz.
Segundo o advogado, o desembargador e um assessor foram à delegacia no
próprio carro e o policial foi levado de viatura. “O desembargador foi
pelo carro dele. Na delegacia, cheguei logo depois, o desembargador
queria que o delegado prendesse o policial por desacato. Depois ficou
dizendo que ‘esse delegadinho de bosta vai me criar problema’; xingou
todo mundo de lixo, tentou agredir outras pessoas”, afirma o advogado.
O delegado Hormínio de Paula Lima Neto, titular do 5º Distrito Policial,
no bairro Bacacheri, instaurou inquérito para apurar o caso. Ninguém
foi preso.
Por telefone, a assessoria de gabinete do desembargador não quis passar
contato para entrevista e apenas informou que ele estava em licença por
20 dias.
Em um dos vídeos, o desembargador disse que ligou para a Central 156 da
Prefeitura de Curitiba solicitando serviço de recolhimento de entulho.
Em nota, a prefeitura informou que o Espíndola tem cadastro na Central
156, mas não consta nenhuma chamada recente com os três números de
telefone que estão no cadastro. “A orientação para quem precisa fazer o
descarte de mais de três carrinhos de resíduos vegetais é que procure
uma empresa credenciada pela Prefeitura de Curitiba para a correta
destinação dos resíduos, sendo que o custo é pago pelo responsável pelo
entulho. Outra opção é procurar uma das estações de sustentabilidade
tipo 2, que recebem resíduos vegetais”, diz em nota.
Confira os vídeos na íntegra:
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