CICLISTAS respiram “muita” poluição...

Existem certas notícias que nos pegam no contrapé...
...e como sou traidor das “más causas”,
resta-me por vezes a única reação possível:
- Informar!

Sem sombra de dúvidas é mais uma notícia extra,
que atiça a fogueira da tal de poluição urbana,
pondo em rota de colisão com o cidadão.

Bem,
ninguém deve ousar negar
os benefícios da bicicleta,
como “meio de locomoção” nos centros urbanos...

É uma atitude de aparência inicialmente inofensiva
mas que se encaixa como uma luva, em todos os planos
de uma cidade mais sustentável.

Reduz a poluição ambiental,
ajuda na saúde e na forma física, socializa o indivíduo, possui baixo preço de manutenção, além de,
permitir poupar dinheiro que possivelmente gastaríamos em transporte.

Sabemos que falar da “bike” é como uma boa notícia,
e que raramente ela vem sozinha...

...Então vou prosseguir considerando que qualquer dificuldade relacionada à nossa “bicicleta”,
seja um pormenor insignificante...
... não restando outra saída além de enfiar a nossa “viola no saco” (risos).

Somos cientes de que os centros urbanos são locais onde “circula” um número impressionante de poluentes...
...e ao que parece,
o cenário igualmente também continua a querer se perpetuar.

Também sabemos que há falsários “em quantidade”...
...no entanto,
um estudo com credibilidade, mostrou que quem utiliza o “automóvel” nos centros urbanos
fica exposto a uma maior quantidade de poluição entre todos os outros modos de mobilidade.

O principal motivo encontra fundamento
no fato dos veículos absorverem os gases do escapamento produzidos
pelos veículos “da frente”.

Estes gases então,
adentram geralmente por meio do sistema de ventilação e ficam presos no interior do veículo,
aumentando gradativamente os seus níveis de concentração/quantidade.

No entanto caminhar ou pedalar diminui a exposição à poluição mesmo em vias de tráfego intenso,
se comparado  aos veículos automotores.

O ciclista mesmo compartilhando a mesma via que o veículo,
é capaz de evitar os níveis de concentração mais elevados de poluição
pois nem sempre esta diretamente atrás do veículo da frente e,
porque o ar é capaz de circular livremente em torno dele.

Entretanto,
outro estudo informa que os ciclistas inalam 5 (cinco) vezes mais partículas contaminantes do que os motoristas de veículos e um pouco mais das mesmas partículas
do que os pedestres...

...as partículas contaminantes (fuligem/material particulado) são originadas na queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo) que ficam a vagar pelo ambiente urbano.

A diferença entre a quantidade de partículas contaminantes que existem dentro e fora do carro (no ambiente) não é determinante para este caso...
...o que faz com que o ciclista seja o mais afetado (mais do que o pedestre),
está na ação de fazer exercício (enquanto pedala),
o que obriga a respirar mais rápido (um volume de ar 4,2 vezes maior) e mais profundo,
fazendo com que o ciclista inale proporções destas partículas,
em quantidade maior do que o pedestre.

Ao pedalar mais rápido o fenômeno aumenta em intensidade para o ciclista.

Para obter resultados consistentes para a comparação,
os pesquisadores coletaram amostras de células das “vias aéreas inferiores” (localizam-se desde a traqueia até os bronquíolos terminais nos pulmões) chamada “macrófago” (que é uma célula especializada, que fica na superfície das vias aéreas e absorve materiais estranhos ao organismo) dos pesquisados - condutores, ciclistas e pedestres -.
A poluição atmosférica nos centros urbanos
está diretamente ligada aos problemas respiratórios e cardiovasculares,
mas ainda não existem informações definitivas
em relação à exposição dos ciclistas no Brasil.
(Creio que a ausência destas informações seja “puro descaso” ou sendo mais otimista, “não querem” romper o silêncio para não violentar sonhos).

Aceitando, ainda que a contragosto,
estima-se que a poluição atmosférica (sem um pingo de constrangimento) ainda ocasionará milhões de mortes e internações nos centros urbanos,
onerando o poder público e os cidadãos em bilhões de reais.

Os especialistas tomam uma posição de segurança para os “infratores prudentes”,
e previnem (a tal política de botar água na fervura),
que os ciclistas devem preferir caminhos menos movimentados ou aqueles longe das vias de trânsito,
pois nestes locais a concentração destas partículas venenosas decresce profundamente.

Quanto ao uso de máscaras pelos ciclistas,
creio que pouca gente arriscará tanto na sua eficácia...
...indicando pois,
que a ideia acabará em “fracasso”
mais que certo.

Faço também referência ao reconhecimento sincero e digno de aplausos
do estudo que acabamos de transcrever...
... e creiam que não estou no campo da adulação interesseira ou banal...

... O objetivo do “texto”,
foi o de alcançar novos níveis de entendimento e discernimento,
e não o de dizer que o “pedalar” faz mal à saúde.

Bem pelo contrário...

...Mas estou convicto de que as informações
sugerem outras necessidades,
tais como a de “ciclovias” com rotas de baixa poluição, a diminuição da frota de veículos, mais informações por parte da sociedade sobre o tema, etc.

E que isto fique claro agora,
para que não fiquem enxergando o que “é”
no que “ não é”.

Assim, gostaria de fazer desta declaração aparentemente “azeda”
uma boa limonada...
... e informar que a maioria da sociedade (!?)
está mais preocupada com a sobrevivência...

...por isso a carência de cidadania.

A cidadania envolve a ética e a ética envolve o outro...

Na sobrevivência o outro é coadjuvante,
ficando então a cidadania à margem do cidadão.

Que como “sociedade”
cada um de nós possa avançar além do básico,
em um processo de procura da verdade,
inclinado sempre a cooperar muito...

...evitando desta forma
o perigo que por vezes assalta nossa imaginação...

...para que desta maneira venhamos superar,
a repetição dos nossos fracassos.


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ACésarVeiga