ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
BRIGADA MILITAR - ESTADO MAIOR
P M - 5
CLIPPING DE SEGUNDA-FEIRA,
03 DE AGOSTO DE 2015
ADOLESCENTE DE 17 ANOS É
MORTO EM CHARQUEADAS (CAPA E PÁGINA 18) O município de Charqueadas, na Região Metropolitana, a 57
quilômetros da Capital, amanheceu triste e perplexo ontem. Muitas pessoas
trocaram os tradicionais passeios e as rodas de chimarrão pelo velório do jovem
Ronei Wilson Jurkiftz Júnior, 17 anos. O adolescente, que cursava o último ano
na Escola Técnica Cenecista Carolino Euzebio Nunes, foi morto a chutes, socos e
garrafadas, na madrugada de sábado, ao final de uma festa que ele e colegas
organizaram para angariar fundos para a formatura, no final do ano. O crime foi
cometido na frente do pai, que foi buscá-lo e também acabou sendo agredido. Desde
o sábado, circulam pelo WhatsApp áudios em que supostamente um dos agressores
narra o crime a amigos. A polícia local ainda não confirmou a veracidade dos
áudios ou se têm relação com a morte de Ronei. A festa foi no clube Tiradentes,
no centro de Charqueadas. De acordo com testemunhas, durante a noite, um grupo
de jovens teria tentado entrar sem pagar e acabou barrado por um dos colegas de
Ronei, que controlava a portaria. Inconformados, teriam ameaçado o estudante.
Ao final do evento, já prevendo problemas, Ronei teria ligado para o pai, um
empresário, pedindo que fosse buscá-los (ele e o colega ameaçado). Conforme os
relatos, os dois estudantes já entravam no carro quando foram puxados para fora
pelos agressores. O empresário e os dois jovens foram cruelmente agredidos.
Ronei foi o que mais sofreu, não resistindo aos ferimentos, apesar de
socorrido. O pai também recebeu atendimento. O delegado de Charqueadas, Rodrigo
Machado dos Reis, convocou todas as equipes da delegacia para um mutirão na
tarde de ontem, para ouvir testemunhas e solucionar o caso com a maior rapidez
possível, uma vez que há previsão de paralisação para hoje, devido ao
parcelamento dos salários do funcionalismo estadual. O crime foi o assunto
predominante na cidade durante o final de semana. No velório, até mesmo pessoas
que não conheciam Ronei foram prestar solidariedade a amigos e à família.
Abalados, familiares pouco falaram. Um tio limitou-se a informar que o pai do
jovem sofreu lesões, sem maiores gravidades físicas. O prefeito de Charqueadas,
Davi Souza, anunciou que deve convidar o delegado e o comandante do batalhão da
Brigada Militar para uma reunião hoje. Uma caminhada “pela paz”, deverá ser
realizada durante a semana. A jornalista Patrícia Ferreira da Silva, moradora
do município, afirma que o aumento da criminalidade deixa a população
preocupada: “A violência está cada vez maior e não estamos vendo reação.
Proporcionalmente, Charqueadas é o município com maior número de presídios e
penitenciárias da América Latina, mas, mesmo assim, aqui fora a cidade parece à
mercê dos bandidos”. CHARQUEADAS
ENTIDADES PROMETEM
PARAR, PIRATINI PEDE COMPREENSÃO (CAPA COM FOTO E PÁGINAS 8 A 12) ENTIDADES QUE REPRESENTAM servidores
públicos prometem parar hoje em rechaço à decisão do Piratini de parcelar
salários acima de R$ 2.150. Associações da BM e do Corpo de Bombeiros decidiram
pelo aquartelamento, mas comando diz que tudo tem limite. Governo afirma que
manifestações são legítimas e pede compreensão. Em protesto contra o
parcelamento de salários que atingiu 47,2% do funcionalismo, servidores
públicos estaduais prometem cruzar os braços nesta segunda-feira, batizada de
Dia da Indignação. Apesar de a mobilização colocar em xeque a prestação de
serviços essenciais, o Palácio Piratini não tem uma estratégia definida para
enfrentar a paralisação e minimizar os impactos de uma possível greve
generalizada. Policiais militares (PM) já deram largada na operação-padrão no
final de semana, e há a possibilidade de escolas não abrirem as portas.
Bombeiros, policiais civis, agentes penitenciários e funcionários da saúde
também estão entre as categorias que devem aderir ao protesto. O governo do
Estado admite que o cenário não será o de serviços “100% dentro da
normalidade”. No entanto, segundo o secretário-geral de Governo, Carlos Búrigo,
a aposta continuará sendo no diálogo e na compreensão por parte das categorias
que ganham acima de R$ 2.150 e tiveram seus vencimentos de julho divididos em
três parcelas. Braço direito do governador José Ivo Sartori, Búrigo disse que
as manifestações são legítimas e que o Piratini “respeita a posição e entende a
situação difícil que os servidores estão enfrentando”. “O governo teve de
parcelar salários não por sua vontade. Ninguém faz um ato desses porque quer e,
sim, por necessidade. Não há recursos, e isso é um fato. Então, temos de somar
esforços e dialogar para que possamos, de maneira ordeira, encontrar uma saída.
Esperamos que os servidores entendam, pois a paralisação não vai ajudar em
nada, só vai dificultar ainda mais a situação”, avaliou. Questionado sobre
medidas que podem ser adotadas em caso de agravamento da paralisação, o
secretário afirmou que a cúpula do Executivo não trabalha com tal hipótese, mas
avisou que, se isso acontecer, serão feitas “avaliações internas” para decidir
os próximos passos. Ele não descartou a possibilidade de acionar a Justiça. A
prioridade agora, conforme o secretário, é finalizar o pacote de medidas para
lidar com a crise financeira do Estado que será enviado para Assembleia até a
próxima sexta-feira. “Entendemos que nenhuma ação radical de qualquer parte -
nossa ou dos servidores – vai fazer com que o cenário mude de um dia para o
outro. Sabemos que a culpa não é do servidor, porém, nosso maior gasto é com a
folha. Infelizmente, não temos como escolher não pagar outra coisa, já não
estamos pagando fornecedores. Os servidores também têm que se colocar no nosso
lugar”. Entre as áreas afetadas pelo movimento, a mais sensível é a da
segurança pública. Servidores da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros
decidiram pelo aquartelamento e, em uma nota, chegaram a pedir que a população
permaneça em casa no dia de hoje. O comandante-geral da BM, coronel Alfeu
Freitas Moreira, que passou o domingo no QG da corporação, admitiu estar “muito
preocupado”. No entanto, destacou que, por enquanto, não há nenhum indicativo
de que a situação poderá sair do controle. “Existe uma regra, tudo tem um
limite. Aquilo que for ilegal ou irregular, com certeza, será punido. Estamos
acompanhando, monitorando, e é prematuro falar em qual vai ser a redução”,
disse ele, lembrando que os militares são proibidos constitucionalmente de
suspenderem suas atividades. No final de semana, em Porto Alegre, Pelotas e
Santana do Livramento, PMs se recusaram a sair com viaturas em situação
irregular, como problemas mecânicos ou documentação vencida. Conforme Freitas,
o policiamento não foi prejudicado, pois os agentes utilizaram outros meios. A
direção do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo
Urbanos de Passageiros de Porto Alegre se reuniria na madrugada desta segunda
para definir se a categoria também paralisaria os serviços. O motivo para os
8,6 mil rodoviários não trabalharem seria a falta de segurança devido ao
possível aquartelamento dos PMs. O sindicato informou que, se a ameaça dos
policiais se cumprisse, os rodoviários seriam orientados a não deixarem as
garagens das empresas de transporte na Capital. PORTO ALEGRE
SEM SEGURANÇA, BANCOS
PODEM FECHAR AS PORTAS (PÁGINA 9) Uma
liminar, deferida ontem pela Justiça do Trabalho, permite que os bancos não
abram hoje, caso não haja policiamento nas ruas em função da paralisação dos
servidores da segurança pública. A decisão vale para todo o Estado e foi
concedida após ação judicial movida pelo SindBancários e pela Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul
(Fratrafi-RS). Segundo as entidades, há preocupação com a segurança dos
servidores e clientes devido à promessa de sindicatos de que não haverá
policiais nas ruas, em protesto contra o parcelamento de salários. Apesar da
liminar, a orientação é que os funcionários compareçam aos bancos para que
sejam avaliadas as condições de trabalho e para verificar se há a necessidade
de dispensar os trabalhadores. “Nossa preocupação é com a segurança de colegas
e clientes. A decisão judicial reconhece o risco de abrir uma agência bancária
sem polícia nas ruas. O Judiciário teve sensibilidade para reconhecer que há
muitos riscos envolvidos. Esperamos que os bancos tenham a mesma sensibilidade
e dispensem os trabalhadores”, disse o presidente do SindBancários, Everton
Gimenis. A entidade informou que alguns diretores estarão circulando pelas ruas
de Porto Alegre desde as primeiras horas da manhã para avaliar se haverá
segurança para manter as atividades normais nas agências. De acordo com o
levantamento do SindBancários, desde o início do ano até o dia 31 de julho,
foram 124 ataques a bancos da Capital. São 11 ocorrências a mais do que no
mesmo período do ano passado. “Toda semana há casos de ataques a bancos com
todo o tipo de violência. E isso que temos garantia de policiamento ostensivo.
Nossa preocupação é que não haja policiamento, e os bancários fiquem ainda mais
vulneráveis”, acrescenta Gimenis. PORTO ALEGRE
OPERAÇÃO-PADRÃO DA BM E
POLICIAMENTO RESTRITO (PÁGINA 10 COM FOTOS) Prevista inicialmente para hoje, a paralisação dos
servidores da segurança pública foi antecipada e teve adesões em pelo menos oito
municípios no final de semana. Foram registrados protestos devido ao
parcelamento dos salários em Candelária, Caxias do Sul, Novo Cabrais, Pelotas,
Porto Alegre, Santa Maria, Santana do Livramento e Santiago. Na Capital, em
Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, e em Pelotas, na Zona Sul, policiais
militares iniciaram uma operação-padrão e se recusaram a sair com viaturas em
situação irregular, como problemas mecânicos ou documentação vencida. Em
Livramento, todas as viaturas da cidade estavam com algum problema, e os
agentes fazem o policiamento apenas a pé. Houve confusão em Porto Alegre e
Livramento, com ameaça de prisão aos policiais que se negaram a sair, mas a
situação foi contornada. “A Constituição diz que a gente não tem direito de
fazer greve, então a gente faz tudo dentro da legalidade, e não sair com
viatura irregular faz parte disso”, afirmou o presidente da Associação de Cabos
e Soldados de Pelotas, Neimar Lima. Em Caxias do Sul, na Serra, familiares de
policiais e servidores da Brigada Militar fizeram uma manifestação em frente à
sede do 12º Batalhão de Polícia Militar (12ºBPM), no bairro Kayser. Um grupo
tentou impedir a saída de policiais para o patrulhamento da cidade. A ausência
de policiamento nos arredores do Estádio Alfredo Jaconi provocou uma série de
tumultos nas horas que antecederam o jogo entre Juventude e Brasil de Pelotas,
no sábado. A delegação do Brasil chegou ao estádio sem qualquer escolta.Simone
Dandolini de Souza, 35 anos, mulher de um policial, foi ao protesto para manifestar
seu descontentamento com o parcelamento do salário dos servidores: “Também
gostaríamos de honrar com os nossos compromissos porque as contas chegam. A
comunidade toda deveria estar aqui apoiando a Brigada Militar”. Ainda foram
registrados protestos em rodovias na região Central. Em Santiago, pneus foram
queimados e um boneco vestindo farda da BM foi pendurado às margens da BR-287.
Outros dois bonecos também foram avistados na BR-158, em Santa Maria, onde uma
faixa dizia “Se não pagar, a BM vai parar. Governo terrorista”. Em Novo Cabrais
e Candelária, na RSC-287, houve queima de pneus. ESTADO
PMs EVITARAM VIATURAS
COM DOCUMENTAÇÃO IRREGULAR (PÁGINA 10) Uma pilha de escudos transparentes e capacetes laranja ao
pé de uma árvore chamou a atenção de quem passou ontem pelo Parque Marinha do
Brasil, em Porto Alegre. A cena foi um dos reflexos da paralisação dos
servidores da segurança pública em protesto contra o parcelamento de salários –
anunciada para hoje, a mobilização já limitava o trabalho da Brigada Militar
(BM) um dia antes. Segundo o presidente da Abamf – associação que representa
servidores de nível médio da corporação –, Leonel Lucas, os policiais receberam
orientação para não irem à rua com viaturas que não estivessem regulares, tanto
por falhas mecânicas quanto por falta de licenciamento. Em razão da medida, a
Companhia de Operações Especiais do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de
Porto Alegre, que faz a segurança no entorno do Beira-Rio em dias de jogo, não
teve transporte disponível para o trabalho durante o empate entre Inter e
Chapecoense. Os 24 homens percorreram os cerca de dois quilômetros do batalhão,
na esquina das avenidas Ipiranga e Praia de Belas, até ao estádio a pé, e
tiveram de deixar o equipamento utilizado para contenção de tumultos escorado
ao pé da árvore – normalmente, escudos e capacetes ficam guardados nos
veículos. “Infelizmente, elas (as viaturas) estavam circulando com documentação
vencida, mas, hoje (ontem) as equipes disseram que não iam mais rodar dessa
maneira, não podemos obrigar”, afirmou o comandante da Companhia, tenente Admar
Rodrigues. O major Rodrigo Mohr, responsável pelo 1º BPM, disse que a companhia
conta com cinco viaturas, um micro-ônibus e 16 motos, mas admite que apenas
duas motocicletas estão com licenciamento em dia. Além disso, os mais de cem
policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da BM, responsável pela
segurança dentro do estádio, foram transportados em veículos emprestados pela
Academia de Polícia.Conforme a Abamf, na Capital, 19º BPM e 20º BPM não tiveram
nenhuma viatura em circulação ontem. O 11º BPM e o 21º BPM tiveram apenas um
carro na rua, em cada unidade. No Interior, as cidades de Santana do Livramento
e Quaraí ficaram sem veículos. Uruguaiana e Bagé mantiveram uma viatura em operação
e Santa Maria, três. Até ontem, a BM não tinha a informação de quantas viaturas
estavam com documentação irregular. Em nota, o comandante-geral da BM, coronel
Alfeu Freitas Moreira, determinou que toda viatura com problemas não saia para
o serviço. “Os policiais militares irão trabalhar utilizando outros meios de
transporte”, afirmou o oficial. Ele garantiu também que não serão repelidas
manifestações junto aos quartéis. PORTO ALEGRE
ESPERAR
PARA VER... (POLITICA +, COLUNA DE CARLOS ROLLSING, PÁGINA 12) Na
véspera da paralisação geral no serviço público em protesto pelo atraso de
salários, ontem, o Palácio Piratini não tinha um plano emergencial para tentar
acalmar os ânimos por meio de debates e negociações. Na semana passada, os
contatos da cúpula do governo foram frequentes com os comandos da Polícia Civil
e da Brigada Militar, mas hoje a ordem é esperar e ver o tamanho e o clima da
manifestação. Diante da gravidade do momento, pode ser uma estratégia tímida.
Paralisações das polícias podem gerar caos.
INVESTIGADAS MORTES DE
ADOLESCENTES NO INTERIOR (PÁGINA 19) Ao
menos dois adolescentes foram mortos neste final de semana no interior do
Estado. O primeiro caso ocorreu na madrugada de sábado, em Caxias do Sul, na Serra. De acordo
com informações repassadas à Brigada Militar, Moacir Junior de Miranda Guedes,
16 anos, foi baleado por volta da 1h30min, no bairro São Leopoldo. A vítima
teria sido atacada por homens que passaram em uma motocicleta. Um dos disparos
atingiu a cabeça do adolescente, que morreu no local. O menor tinha registros
como adolescente infrator e já havia sido alvo, por duas vezes, de tentativa de
homicídio, a última delas em 25 de junho. Outro caso envolvendo um adolescente,
em Santa Maria,
na Região Central, deverá ser investigado pela Polícia Civil. Na manhã de
ontem, por volta das 7h, os bombeiros e a BM encontraram o corpo de Alisson do
Nascimento Rocha, 17 anos, no bairro Urlândia. Segundo os PMs, ele apresentava
marcas de facadas pelo corpo. Moradores da região suspeitam que o jovem tenha
sido agredido em outro local. A família acredita que rixas antigas possam ser a
motivação do crime.
AGORA, SÓ O BRASIL-PEL
ESTÁ INVICTO (CADERNO ZH ESPORTE, PÁGINA 6) Um grande público esteve presente nas arquibancadas. Mas,
em razão de um protesto da Brigada Militar, boa parte ainda tentava entrar no
estádio quando saiu o primeiro gol. CAXIAS DO SUL
PROTESTO (CADERNO ZH
ESPORTE, PÁGINA 6 COM FOTO) A
Brigada Militar realizou um protesto contra o parcelamento dos salários
proposto pelo governo do Estado antes do jogo. Nos arredores do Alfredo Jaconi,
o policiamento para a partida foi garantido apenas meia hora antes de a bola
rolar. Isso atrasou a entrada do público, que só conseguiu ingressar quando o
jogo já estava ocorrendo. A partida começou no horário marcado, 19h. CAXIAS DO SUL
ACBF PERDE POR WO NO
GAUCHÃO (CADERNO ZH ESPORTE, PÁGINA 13) Sem policiamento no Centro Municipal de Eventos de Carlos
Barbosa, a ACBF perdeu por WO para a ADS pela 17ª rodada do Gauchão, no sábado.
As duas equipes chegaram a entrar em quadra para o aquecimento, mas a
arbitragem não pode autorizar o início da partida sem a presença da Brigada
Militar (BM). Jogadores e torcedores esperaram por uma hora até que os árbitros
decretaram o WO. A direção do clube disse que entrou em contato com a BM, que
teria informado que o efetivo de Carlos Barbosa estava em uma ocorrência e não
tinha como atender o evento. Pela segunda fase da Liga Nacional, o time de
Carlos Barbosa entra em quadra hoje, contra o Concórdia, em Santa Catarina. O
jogo começa às 20h15min. CARLOS BARBOSA
O
PIOR DIA DA HISTÓRIA DO RIO GRANDE (COLUNA DE DAVID COIMBRA, PÁGINA 39) Hoje
é o pior dia da história do Rio Grande do Sul. Hoje, 3 de agosto de 2015, é um
dia tristemente histórico.Líderes de policiais civis e militares avisaram que
as ruas das cidades do Rio Grande são perigosas para os cidadãos. O conselho
dos responsáveis pela segurança pública é o atestado do fracasso da nossa
sociedade: que todos fiquem trancados em casa, que se defendam como puderem,
porque o Estado não o fará. Mulheres podem ser estupradas à luz do dia, o
comércio pode ser saqueado, assassinatos podem ser cometidos. Não haverá
repressão nem vigilância. Vale tudo, nesta terra sem lei. Pobres de nós,
gaúchos. Nós, que éramos tão altivos. E o governador, o homem escolhido pelo
povo para zelar pelo Estado, o que é feito dele? Sartori, simplesmente, sumiu.
Anunciou o parcelamento dos salários dos funcionários, viu que as estruturas do
Estado começavam a desmoronar e viajou para o Paraná. Governador! Por favor,
governador! Numa hora dessas, o senhor deveria estar negociando com os
funcionários, deveria estar conversando com a sociedade, acalmando as pessoas,
explicando a situação, tentando, pelo menos, demonstrar alguma preocupação com
o que está acontecendo! Um governador de um Estado não é só um administrador; é
um líder. Ele tem a legitimidade do voto. Com essa legitimidade, são dele o
poder e a obrigação de buscar soluções. E, se não houver solução, pelo menos de
fazer com que as pessoas compreendam por que não há. Não se omita, governador!
Mas o governador se omite. O governador, ao que parece, não se importa.
Enquanto isso, o ex-governador Tarso Genro usa as redes sociais para fazer
ironias sobre a fraqueza do seu sucessor e jogar a culpa pelo que está
acontecendo... na RBS! A RBS é a culpada, ex-governador Tarso Genro? A RBS?
Será que o senhor não tem nenhuma parcela de responsabilidade nisso tudo? O
senhor governou o Rio Grande por quatro anos. Será que o Estado que o senhor deixou
estava em perfeita ordem, e agora Sartori só tem de fazer o que está fazendo
por sadismo? É nisso que o senhor quer que acreditemos, governador? É muita
desfaçatez! Se o Estado vinha mal, depois de Tarso piorou. Tarso legou o
problema a Sartori, e Sartori não sabe como resolvê-lo. O quanto há de
irresponsabilidade e o quanto há de incompetência, isso nós, gaúchos, haveremos
de um dia descobrir. Nós, que éramos tão altivos. Pobres de nós.
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