sábado, 28 de novembro de 2015

3ª PARTE - A “MACONHA” e a CONDUÇÃO de VEÍCULOS..




 
3ª PARTE - A “MACONHA” e a CONDUÇÃO de VEÍCULOS...

4) Quais são os TIPOS de maconha?

Hoje, há um grande debate sobre quantas espécies do gênero “cannabis” existem...
...alguns dizem que há 14 (quatorze) espécies.

Obs1: no hebraico antigo, a palavra “cannabis” significava “portador de fumo”.
Já no neoassírio e no neobabilônico o termo usado para se referir à planta, significava:
- “uma maneira de produzir fumaça”.

Obs2: no latim, “cannabis” significa “cânhamo” (que é uma planta especialmente útil pelo óleo e pelas fibras de aplicação têxtil que fornece).
 
Obs3: também no grego a palavra “cannabis” deriva de “kannabis” que significa “proveitosa”, devido à utilização da planta em sua totalidade - da sua raiz ao topo.
 
Mas como toda a boa providência é investigar, das espécies, sabe-se que somente 3 (três) são relevantes:

- Cannabis sativa (“sativa” em latim, significa plantada ou semeada)

É a espécie de estatura alta, com formato de árvore de natal ou bambu, originária da zona do Mar Negro e do Mar Cáspio, conhecida no Brasil como “maconha”.
 
Atualmente também crescem adequadamente nas regiões equatoriais (Tailândia, Colômbia, Jamaica, México, etc.)
 
Apresenta folhas compridas e finas como dedos, em um tom verde claro, com odor adocicado muitas vezes cítrico e perfumado, que permanece durante o “auge” do seu ciclo reprodutivo.
 
A “resina” (que é a secreção expelida) da “cannabis sativa” possui altos níveis de THC (é a sigla do “delta 9 tetrahidrocanabinol” - princípio ativo que será visto posteriormente).

Ah!
...suas sementes servem de alimento para pássaros.
 
 
 
- Cannabis indica (a terminologia “indica” origina-se do local onde a espécie foi descoberta; na Índia)

Espécie de estatura média – o que favorece seu cultivo dentro de casa (indoor) -, nativa do território do sul da Ásia e do subcontinente indianos (Afeganistão, Paquistão, Índia, Tibete, Nepal).

É também chamada no Brasil de “maconha”.
 
Apresenta folhas escuras, pequenas e largas quando comparadas com a espécie “cannabis sativa, produzindo flores mais densas, grossas e com um odor forte.
 
São adequadas ao cultivo em climas temperados, atingem a maturidade em menos tempo e tem um rendimento maior que a “cannabis sativa”.
 
A “resina” da “cannabis indica” é rica em “alcaloides” como o CBD, conhecido como canabidiol.
(que é outro dos princípios ativos a ser explicado posteriormente).

Obs1:alcaloides” são compostos orgânicos, que possuem um ou mais átomos de nitrogênio em sua composição, são de origem vegetal e utilizados principalmente na produção de medicamentos naturais.
 
Obs2: alguns pesquisadores argumentam que a “cannabis indica” é uma espécie válida (não é uma variedade)...

...outros dizem que ela é uma subespécie e deve ser tratada como uma variedade e não como espécie.
(cabe-nos tratar o “debate” tal qual o ferimento que é indefinidamente irritado)



- Cannabis ruderalis (“ruderalis” vem da palavra alemã “ruderal”, que é um termo usado para ervas daninhas que crescem ao lado da estrada. Por isso, adquiriu o nome de “erva ruim” pelos produtores).
 
É uma espécie de estatura baixa, e também é uma subespécie da “cannabis sativa”.
 
São plantas de rápido amadurecimento e vida curta.
 
Mesmo que o crescimento seja rápido, o crescimento das flores é insignificante o que dificulta a sua utilização no aspecto de usá-la “medicinalmente” ou para “uso recreacional”, pois seu nível de THC e de outras substâncias aproveitáveis é muito baixo.
 
Obs1: “uso recreacional” é definido como o consumo esporádico, embora regular, de drogas com a finalidade de diversão e entretenimento.

Muitos cultivadores tentam cruzar a “cannabis ruderalis” com “cannabis sativa” ou com a “cannabis indica”...
 
...sempre na tentativa de unir o rápido amadurecimento da “cannabis ruderalis” com os altos níveis de THC das principais espécies.
(e o resultado é sempre favorável)
 
Seu caule, com a ação do vento, do frio e da umidade, liberta filamentos fibrosos (uma das mais longas e fortes fibras lisas da natureza, envoltas de muita celulose) que se soltam da madeira...

...tais filamentos quando reunidos e devidamente tratados são utilizados na indústria têxtil, na fabricação de cordas, roupas, papel, plástico, filmes etc.

Um fator a se observar é que a produção de “fibras” por parte da planta é inversamente proporcional a sua produção de “resina” e/ou “THC”.
(quanto mais fibras origina menos princípio ativo a espécie apresenta)

Obs2: a “cannabis ruderalis” é conhecida também pelo nome de “cânhamo industrial”, que é o termo referência à espécie de “cannabis” desprovida de substâncias psicoativos (os canabinóides) ou com baixos teores deste. 

Também “cânhamo” é o nome da fibra que se obtém do caule destas, que tem diversas outras utilidades.
 
A obtenção do “cânhamo industrial” se dá à luz de seu plantio. Devido à sua natureza áspera, sendo plantado com pouco espaço, este gera uma ótima safra para cultivo orgânico.

Seu óleo apresenta uma infinidade de aplicações comerciais, como lubrificação automotiva, resinas e combustíveis (é um tipo de biocombustível) oferecendo vantagens tanto para o plantador como para o fabricante, e sem despertar o interesse pelo tráfico.

O plantio de “cânhamo” dispensa o uso de pesticidas, e cultivá-lo previne a invasão de ervas daninhas sem necessitar do uso de herbicidas.
(Bom para o solo, bom para o meio ambiente)

Dispensa também o uso de fertilizantes químicos, sendo fertilizado com uma combinação de adubação e rotação com safras fixadoras de oxigênio.
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Cabe salientar que a taxonomia (que é a técnica de classificar as plantas na botânica) inicialmente classifica incorretamente a espécie “sativa” e “indica” como sendo uma só...
 
...desta forma aparece para ambas (a “sativa” e a “indica”) uma classificação única que é a “Cannabis sativa L”.
(“L” significa Linnaeus, do nome do botânico sueco Carolus Linnaeus ou Carlos Lineu, que foi a primeira autoridade que batizou a planta).
 
Esta classificação ocorreu antes que o mundo soubesse das três espécies distintas do gênero cannabis.

Depois se descobriu outra espécie de “cannabis”, que é a “Cannabis indica Lam”.
(o “Lam” é em homenagem ao naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck).

E em seguida evidenciou-se a existência da “Cannabis ruderalis Janisch”.
(Descoberto pelo botânico russo DE Janichevsky).

Hoje sabemos que “Cannabis” é o gênero da planta e que,
“sativa”, “indica” e “ruderalis” são as três espécies do gênero.

Obs1: 95% das “cepas” da “cannabis”, atualmente são híbridos (são misturas),
e apenas uma porcentagem diminuta da espécie, “sativa”, “indica” ou “ruderalis”, na sua forma pura são encontradas nestas cepas.

Obs2: “cepas” é um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas ou fisiológicas.

Devemos desta maneira “jamais” descrever os efeitos da “cannabis” baseados exclusivamente em suas espécies - “indica”, “sativa” ou “ruderalis”.
(o essencial é saber a composição química das mesmas)

As “espécies” em si, são termos reservados aos produtores e cientistas que desejam controlar padrões de crescimento, origem, épocas de floração, linhagem genética,
e outras variáveis...

Obs3: cabe salientar que outra variante, a “cannabis americana”, foi produzida por um curto período de tempo nos EUA, nos laboratórios, com a finalidade de extração de THC (princípio ativo), que era altamente concentrado nesta variedade.
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REVISANDO: A planta “cannabis” pode ser usada de três formas diferentes:

A 1ª maneira é a sua utilização como fibra e outras necessidades industriais...

A 2ª maneira refere-se às qualidades medicinais de alguns de seus mais de 480 compostos químicos...

E a 3ª possibilidade, é a utilização como substância psicoativa.

Obs:”substância psicoativa” é uma substância química que age principalmente no sistema nervoso central, onde altera a função cerebral e temporariamente muda a percepção, o humor, o comportamento e a consciência.

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A “cannabis” originalmente apresenta um dimorfismo sexual...
 
Obs:”dimorfismo sexual” é quando em indivíduos de sexos diferentes, da mesma espécie, existem diferenças físicas marcantes.
 
A “cannabis” é uma planta dióica – têm dois gêneros -, mas pode possuir até três gêneros: 
- o masculino, o feminino e a hermafrodita (que é o masculino e feminino em uma única planta). 
 
As plantas da “cannabis” possuem sexualidade altamente desenvolvida, possuindo flores masculinas e femininas, completamente separadas.

Flores masculinas produzem pólen e ocorrem em plantas separadas das que produzem flores femininas, que por sua vez produzem as sementes.

O sexo da planta é muito importante, pois é o que irá mostrar qual a funcionalidade que a planta terá.
 
O sexo só é identificado durante a floração”, que é período que compreende desde a abertura do botão floral – antese - até o fenecimento/morte da flor; florada.

A planta do sexo masculino
 
A “cannabis” do gênero masculino, durante a sua “floração”  irá produzir flores “macho” obviamente. 
 
A planta do sexo masculino é interessante, tanto da perspectiva econômica, ambiental e agrícola...

Este gênero de planta é mais alta e relativamente descolorida.

Plantas masculinas são inadequadas para o uso como alucinógenos, não se prestando à confecção de cigarros, por exemplo, devido ao baixo teor inebriante, que é a sensação parecida com embriaguez.
 
Quando flores masculinas abrem,
elas soltam uma grande quantidade de pólen,
que ao entrar em contato com as flores femininas,
fecundam-nas resultando em uma grande produção de sementes na planta feminina.
 
Essas sementes resultantes,
contêm os genes da planta masculina e da planta feminina,
mesmo que elas sejam de espécies diferentes.
 
É assim que muitos que vendem sementes,
executam esta metodologia para criar novos tipos
chamadas de “cannabis hibridas”...
(são infinitas as possibilidades de cruzamento entre as plantas)


A planta do sexo feminino
 
A “cannabis” do gênero feminino é de menor tamanho.
 
Durante a sua “floração” irá produzir flores fêmeas, que é o ponto chave para o interesse no cultivo da “cannabis”, pois é nas flores da planta fêmea onde fica a maior concentração dos princípios ativos da planta.
(é o gênero que mais interessa aos fumantes)
 
Obs1: nas folhas encontradas no topo do caule, também são produzidas abundantes quantidades de resina, dotada de alto teor de THC.
 
A planta fêmea produz substâncias na forma de um “óleo viscoso”/”resina”, que reveste toda a planta (inclusive as flores), com o objetivo:
 
a) da manutenção de água presente nas células da planta, evitando a evaporação em caso de seca, para assim manter as partes reprodutivas da planta umidificadas;
 
b) e de proteção aos raios ultravioletas emitidos pelo sol, ou qualquer outro tipo de iluminação (Ex: lâmpadas).
 
Devido à produção desta “resina”, a planta “feminina” também é conhecida pelo nome de “cannabis resinosa”.

Em climas úmidos a produção da “resina” torna-se desnecessária ocasionando uma menor produção de “substâncias psicoativas” pela planta.

Em climas secos, como na Índia e ao norte da África, a produção de resina é bastante generosa.

É da resina que se obtém o THC, um dos princípios ativos, componente da estrutura de defesa da planta...

...entende-se como defesa,
tanto sua proteção à desidratação como sua ação como herbicida.
(insetos herbívoros ficam inibidos de atacar uma safra)
 
Obs2: para conseguir maior concentração de THC, submete-se a planta fêmea a um estado de estresse hídrico (falta de água), o que ocorre naturalmente nas regiões da Ásia.
 
Obs3: produtores de “cannabis” evitam que plantas masculinas fecundem suas plantas femininas. Ou seja, mantem as plantas machos de “cannabis” em jardins isolados (tipo harém)...  

...aumentando assim a produção de resina (que contêm maior quantidade de princípios ativos) nas plantas femininas.

A planta hermafrodita
 
A “cannabis” do gênero hermafrodita, durante a sua floração,
irá produzir tanto as flores fêmeas como as flores masculinas...
 
...o que acaba em uma “autofecundação”, fazendo com que a planta produza praticamente só sementes,
e muito pouco flores fêmeas.
(o que a torna inútil para ser utilizada tanto recreacionalmente, quanto medicinalmente)
 
O hermafroditismo é causado muitas vezes por “estresse” da planta,
e isto ocorre quando o tempo de luz ao qual a planta é exposta, varia de dia para dia.
(o que comumente é originado quando esta espécie é produzida artificialmente)
 
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Saibam que muitas vezes,
é preciso colocar em “xeque mate” os próprios conceitos para de fato
mudar a realidade.
 
Faz-se necessário uma autoanálise constante do nosso conhecimento sobre determinado tema,
encantando alguns e despertando a desconfiança de outros.
 
As implicações práticas dessas mudanças de perspectiva são muitas e
de grande importância para a sociedade.
 
Bem sei que o impacto desses esforços em elucidar
continua modesto em nível geral e que
para compor um retrato mais fiel deste tema,
a estatística e a informação oficial é insuficiente...
 
...estamos órfãos de informações confiáveis
e essa visão tem de ser desconstruída.
 
A importância do conhecimento do cidadão
na elucidação da questão que envolve a “maconha” é inegável,
e devemos sim,
entrar mesmo que com dificuldades
nas mais densas áreas de sombra da manipulação de interesses “não sociais”,
pois só assim, com certeza
é que teremos acesso aos diversos “guetos verídicos” da informação.
 
Meu desejo é que este,
funcione com a rapidez de um incêndio atiçado pelo vento...
 
...transformando-se em texto de denúncia.
 
Denúncia daqueles que não participam, nem de perto nem de longe,
das grandes convulsões que sacodem a sociedade.
 
 
 
Aguarde a 4ª PARTE...

Abraços... Se gostar tecle em “curtir” e “compartilhe” com amigos.

ACésarVeiga

 
 
 
    

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