quarta-feira, 25 de novembro de 2015

DITO & FEITO por MÁRIO MERCIO






DITO & FEITO por  MÁRIO MERCIO  - Escritor e colunista/Aposentado da SUSEPE

NOVO IDIOMA?

Não, não é a invasão de termos americanos e nem de manuais em francês, espanhol, inglês e chinês...Não é isso.

Estou mesmo velho e nada mais me surpreende. Nas conversas cruzadas com amigos mais jovens, sobrinhos e filhos e breve com netos que crescem que nem  pé de abóbora, observo a mudança de nosso português.

Antes dizia-se “clientes” nas empresas, lojas etc, hoje são  “parceiros”. Os cursos e cursinhos não pedem mais “pagamento” pelos seus serviços, mas falam em “investimento” do aluno.

Vejo, também o caso das  vendas de veículos, agora não é mais “caro velho” ou “veículo usado”, mas sim “seminovos”.

Essa extorsão praticada nos “estacionamentos de veículos” agora é “Park”. Nem que seja na sombra de árvores nas ruas ou no sol mesmo, tem o “parquímetro” essass maquininhas já institucionalizada pelas prefeituras que começam a cobrar por esse serviço a torto e à direito, sem chance de apelação ou reclamação.

Tem também as “taxas de conveniência”, nem que você compre pela internet e quando você recebe o cartão em casa, classificados por “vip”, “Gold”, “platinum” ou “diamante”, significa que você já gastou muito com aquele “parceiro” e agora vai continuar gastando sem precisar dinheiro vivo. Baita de um incentivo para te deixar no vermelho.

Como disse ontem aqui, também não se diz mais “bar” agora é “pub”, mas lá só tem é PUBerdade mesmo.

Essas e tantas asneiras tentam maquiar o que é óbvio, seu interesse e seu dinheiro. Verdadeiras picaretagens inventadas pelo comércio através de suas agências de publicidade.

--Aqui na loja não temos funcionário, temos “colaborador” ou “estagiário”--é mais um engodo que pensam estar valorizando o pobre do trabalhador. Só que quem manda continua  a ser chefe ou patrão e nunca  dono ou proprietário.

Salvo engano ou desconhecimento de minha parte, esse novo IDIOMA corporativo não inventou um eufemismo bonitinho e fofo para a figura do mandatário, o que não deixa de ser bastante sintomático.

A história do novo idioma segue na mesma linha e tende a aumentar. E nós mais velhos estamos sempre a aprender, agora com os mais jovens, eternos descobridores à procura do sucesso.



Nenhum comentário:

Postar um comentário