segunda-feira, novembro 16, 2015
NOVA FASE DA OPERAÇÃO LAVA JATO NO ENCALÇO DOS LADRÕES E CORRUPTOS
O
ex-gerente da área internacional e ex-gerente-executivo de Engenharia
da Petrobras Roberto Gonçalves foi preso na manhã desta segunda-feira em
Niterói (RJ), suspeito de ter embolsado propina em contratos da
estatal. Ele foi sucessor de Pedro Barusco, que fechou acordo de delação
premiada com a força-tarefa da Lava Jato, no setor de Engenharia da
petroleira. Gonçalves já havia sido citado em depoimentos de colaboração
premiada como um dos executivos que atuavam em contratos fraudados e
que recebiam dinheiro sujo de empreiteiras, principalmente em
negociações envolvendo navios-sondas e obras no Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro (Comperj).
Em
acordo de delação premiada, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa,
revelou que, para as obras da Central de Atividades do Comperj, o
consórcio formado pelas empresas Toyo, UTC e Odebrecht, desembolsou 42
milhões de reais ao lobista Julio Camargo, 2 milhões de reais ao
ex-gerente Pedro Barusco, pouco menos que 5 milhões de reais ao sucessor
de Barusco na Petrobras, o também ex-gerente Roberto Gonçalves, e 15
milhões de reais ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Das
autoridades apontadas pelo delator, Gonçalves é o único que ainda não
era investigado ou réu na Lava Jato, embora o nome dele já tivesse sido
citado por outros colaboradores da Justiça, como o próprio Barusco.
Em
depoimento, Barusco, que concordou em devolver 97 milhões de dólares,
detalhou o modus operandi da partilha de propina na petroleira e disse
que uma parcela dos recursos era destinada à "Casa 1", ou "o diretor de
Serviços Renato Duque e Roberto Gonçalves, o qual substituiu o
declarante na gerência executiva da área de Engenharia".
A
Polícia Federal deu início na manhã desta segunda-feira à 20ª fase da
Operação Lava Jato e cumpriu dois mandados de prisão temporária, cinco
de condução coercitiva e onze mandados de busca e apreensão. O foco
desta fase das investigações sobre o escândalo do petrolão são
ex-funcionários da Petrobras que embolsaram propina em contratos da
refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e na refinaria de Pasadena, no
Texas. Além de Roberto Gonçalves, foi preso no Rio de Janeiro o operador
financeiro Nelson Martins Ribeiro.
Na
ofensiva para apurar irregularidades na compra da refinaria de
Pasadena, a Polícia Federal cumpriu mandados de condução coercitiva
contra César de Souza Tavares, ligado à área internacional, Rafael Mauro
Comino, ex-gerente de Inteligência da Área Internacional, Luís Carlos
Moreira da Silva, ex-gerente executivo da Área Internacional e principal
consultor do caso Pasadena, além dos ex-executivos Aurélio Oliveira
Teles e Carlos Roberto Martins Barbosa.
O
ex-gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria
Abreu e Lima Glauco Legati, que chegou a ser convocado mais de uma vez
para prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras, na Câmara dos
Deputados, vai prestar depoimento aos policiais. Legati deixou o posto
na refinaria Abreu e Lima após investigações terem apontado o
envolvimento de funcionários em irregularidades em empreendimentos nas
áreas de Engenharia e Abastecimento. Apontada como um dos maiores focos
de corrupção e fraudes entre as obras que envolvem a Petrobras, a
refinaria teve superfaturamento de 613 milhões de reais, segundo
levantamento parcial do Ministério Público Federal. Do site da revista Veja
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