O
quase-nudismo que toma conta das cidades modernas vai aproximando as
pessoas da prática de se despirem completamente em público, à maneira
dos selvagens e dos índios primitivos.
Para
as mulheres, são shorts, micro-saias, decotes escandalosos, abdômen e
costas de fora, calças apertadíssimas realçando as formas do corpo, ou
roupas transparentes.
Para os homens, dispensa-se até a camisa, ao mesmo tempo em que uma espécie de bermuda põe em realce a feiura das pernas.
Tudo
quanto as pessoas — homens e mulheres — têm de cicatrizes,
deformidades, manchas da pele, partes malconformadas do corpo, ossos
salientes, rugas, vai sendo mostrado desinibidamente.
Os modos de estar ou de sentar-se em público tornam-se cada vez mais permissivos, provocantes e degradantes.
Perde-se o senso da beleza, da dignidade, da compostura, do recato, do pudor. É a civilização que afunda aos poucos na barbárie.
E
para apontar bem claramente o termo rumo ao qual se caminha, as
manifestações de nudismo completo vão se tornando cada vez mais
frequentes. Está ficando comum as pessoas se apresentarem nuas nas ruas
para protestar contra alguma coisa. Já se fizeram protestos sem roupa
contra o preço da gasolina, contra o aquecimento global, por mais
ciclovias, contra as touradas, contra o consumo de carne etc. Ou seja,
tais reivindicações mais parecem pretexto para propagar o nudismo do que
outra coisa. Certas feministas são useiras e vezeiras desse tipo imoral
de propaganda.
E,
para além do nudismo, caminha-se em direção ao amor livre. Simplesmente
porque não é possível pessoas conviverem nuas onde quer que seja, sem
que o instinto sexual, mesmo nas suas formas mais degradantes, não se
veja atiçado e chegue às últimas consequências. É o que vem sendo
denunciado em certas praias nudistas.
Alega-se
que é por falta de vigilância. Mas se um lugar necessita ser
constantemente vigiado para que nele as pessoas não se entreguem às
piores imoralidades e obscenidades, então que lugar é esse? Um bordel?
Um “campo de concentração” de devassos?
Voltemos ao início destas considerações. O famoso escritor latino Juvenal (séc. II), [**] em seu livro de Sátiras, escreve: “Nemo repente fuit turpissimus” (Juvenal, Satirae 2.83) — “Ninguém fica depravado de repente”.
Será que o espetáculo de seminudismo que se tornou habitual nas cidades
modernas não prepara as abominações que atualmente já vêm sendo
denunciadas nas praias nudistas?
Fica a pergunta para o leitor responder.
(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
[**]
Juvenal — Falecido aproximadamente em 130 d.C., é o autor das Sátiras,
em que ridiculariza os costumes da Roma pagã de sua época, contrapondo-a
aos costumes severos vigentes durante a República aristocrática. Esta
foi enaltecida pelo renomado escritor Cícero e pelo historiador romano
Tito Lívio.
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