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O que a tal da neuroplasticidade pode fazer por você
 | Daniel Cunha
, Editor |
Olá, leitor da Jolivi, como vai?
Semana passada me apresentei para você e mostrei como uma doença foi uma oportunidade na minha vida.
Estou
retornando hoje para falar sobre algo que tem revolucionado o universo
das neurociências e tem o potencial para fazer o mesmo com a sua vida.
Vem comigo?
Há apenas duas décadas, os cientistas acreditavam que, assim que atingíssemos a fase adulta, nossos cérebros estariam prontos.
Por
muito tempo, este foi um dogma quase universalmente aceito no campo das
neurociências: uma vez formado e estruturado, o cérebro adulto não
fabricava mais neurônios e só mudava devido ao declínio da idade.
Não
que fôssemos incapazes de aprender algo novo, mas, segundo essa visão, a
fase de desenvolvimento do cérebro estaria finalizada.
A partir dali, ele serviria basicamente para manter nosso coração
batendo e ocasionalmente nos lembrarmos de onde deixamos as chaves.
Mas,
graças a enormes avanços na área do diagnóstico por imagens e
ressonâncias magnéticas funcionais, entendemos melhor como nosso cérebro
funciona e começamos a encontrar coisas muito interessantes.
Uma
das maiores descobertas recentes é o fato de o cérebro evoluir de
maneira contínua e apresentar uma flexibilidade extraordinária.
Sim, estou falando da
neuroplasticidade.
Você
pode pensar no plástico como algo duro e de baixa qualidade, mas a
plasticidade biológica refere-se à capacidade dos seres vivos de se
moldarem a novas condições. E os nossos cérebros são muito bons nisso.
Um
dos grandes desafios dos neurocientistas agora tem sido mapear os
circuitos cerebrais para que se possa, no futuro, realizar intervenções
com precisão cirúrgica e encontrar caminhos para melhorar o cérebro
humano.
Conversei com o Dr. Leonardo Aguiar, o consultor da Jolivi, e ele
tem convicção de que explorar a neuroplasticidade do cérebro é trilhar
um caminho promissor para proteger contra doenças graves, entre elas
Alzheimer e demência.
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A Cura do Cérebro
Bom, você pode se perguntar, o que já podemos fazer?
Muita coisa.
Olha só essa história:
Formada
em Educação e pós-graduada em Psicopedagogia, Adriana Foz tinha 32 anos
e levava uma vida de sonho quando passou por um grande susto.
Ela
havia fundado uma clínica que reunia diversas especialidades
(fonoaudiologia, psicologia, terapia familiar e outras) e estava sempre
lotada. Casada com um empresário do ramo náutico, levava uma vida social
intensa, repleta de festas, competições esportivas e viagens.
No ano 2000, durante uma dessas viagen para a Bahia, Adriana
começou a se sentir mal. Voltou a São Paulo e a sensação foi se
agravando durante a semana.
Em uma terça-feira do mês de
fevereiro, ela foi levada às pressas para o hospital e teve a
constatação: estava tendo um derrame hemorrágico. Um AVC (
Acidente Vascular Cerebral).
As estatísticas ajudam a esclarecer o cenário e compreender a gravidade da situação. Segundo a Organização Mundial de Saúde, apenas 15% das pessoas sobrevivem aos derrames hemorrágicos.
Contrariando as estatísticas, Adriana teve uma recuperação
fantástica e atribui isso exatamente a essa capacidade adaptativa do
cérebro de que estamos falando até agora.
Mas é verdade que não foi de uma hora para a outra que ela descobriu como usar a neuroplasticidade a seu favor.
“Depois
do AVC, eu não sabia mais ler, escrever, mal conseguia falar, não
lembrava das coisas. Meu lema era: um dia de cada vez”, conta Adriana.
A recuperação total levou cerca de 5 anos, e ela conta a história com detalhes em seu livro “A Cura do Cérebro”.
Depois
disso, Adriana se especializou em neuropsicologia e hoje é coordenadora
gestora do Cuca Legal, projeto vinculado ao Departamento de Psiquiatria
da Universidade Federal de São Paulo
que utiliza as potencialidades trazidas com a utilização em potencial do cérebro.
Arborização cerebral
Um
exemplo prático de como a plasticidade neurológica funcionou na
recuperação de Adriana é o que ela chamou de “caminhadas ecológicas”.
A
partir do momento em que ganhou confiança para voltar a andar, ela
pediu ao seu enfermeiro que a levasse para caminhar em uma praça
arborizada, perto de casa.
Além de poder treinar a coordenação
dos movimentos e a capacidade física, ela achou um jeito de treinar a
memória utilizando os nomes das árvores.
“Eu intuitivamente tinha essa percepção de que havia quebrado uns
atalhos dentro do cérebro. Então eu sabia que as informações das
palavras estavam arquivadas em algum lugar, mas precisava dessa ponte
para resgatar isso”, diz.
A solução encontrada por ela foi dar um
livro de botânica ao seu acompanhante e pedir que ele fosse falando o
nome científico de cada árvore que encontrava.
Caesalpinia peltrofoides, plumbago, tabebuia velloso... Funcionou!
Aos poucos, ela foi se lembrando dos nomes daquelas árvores: sibipiruna, bela- emília,
ipê amarelo. “Foi uma das sensações mais incríveis que eu tive”.
Adriana explicou que, à medida em que tentamos reaprender as atividades
de um jeito novo e significativo, construímos novos caminhos
neurológicos que nos conectam àquelas informações.
Segundo ela, o processo também pode ser chamado de "arborização cerebral".
Na prática
Mas
não se engane ao pensar que o conceito de neuroplasticidade só pode ser
aplicado a alguém que sofreu algum tipo de lesão, como no caso da
Adriana. Muito pelo contrário. A aprendizagem também é uma
forte característica dessa extraordinária capacidade dos nossos
cérebros. E isso significa que seus hábitos de vida influenciam
fortemente a sua capacidade de desenvolver novas conexões.
É por reconhecer a importância destes conhecimentos que o nosso
consultor aqui na Jolivi, Leonardo Aguiar, preparou 4 dicas que vão te
ajudar a adotar hábitos e práticas para estimular a plasticidade do seu
cérebro. Vamos lá. É com você, Dr. Léo. 
 | Leonardo Aguiar
, Médico e consultor Jolivi - CRM-SC: 9847 |
Olá, leitor, tudo bem?
Vamos às dicas.
1) Se envolva em atividades que estimulem os dois hemisférios do seu cérebro
Aproveite
todas as oportunidades que tiver de fazer algo novo e que pareça
desafiador, especialmente atividades que te forcem a usar ambos os
hemisférios do cérebro.
O hemisfério direito atua de forma mais
holística e é responsável por reconhecer padrões e interpretar emoções e
expressões não verbais. Já o lado esquerdo controla os processos de
pensamento lógico e analítico, como a prática de ler sequencialmente da
esquerda para a direita.
Aprender a tocar um novo instrumento musical, uma língua estrangeira
ou uma linguagem de programação digital, por exemplo, expande o tamanho
das áreas envolvidas no cérebro.
Outra dica é experimentar escovar os dentes ou utilizar o garfo com a mão que você não costuma usar.
Estimular a lateralidade cruzada fortalece o corpo caloso que aumenta as trocas químicas entre os dois hemisférios.
- A meditação do Dr. Léo.
O que eu me acostumei a fazer e tem me gerado ótimos resultados é o
que eu tenho chamado de “Meditação cruzada”. É super rápida e simples de
fazer. Coloque fones de ouvido para não ser interrompido por barulhos
externos e deixe seu celular no modo avião.
Comece o exercício respirando profundamente, com os braços posicionados em cima das coxas.
Quando
inspirar, levante o dedo indicador da mão esquerda. Ao expirar, abaixe e
levante o dedo da mão direita. Faça isso ininterruptamente, de 3 a 5
minutos.
A meditação é um grande aliviador do estresse e tem
muitos efeitos benéficos na estrutura cerebral. Feita desta forma,
estimula todas as capacidades cerebrais.
2) Alimente seu cérebro
Se
você deseja pensar mais rápido, ser mais criativo e viver sua vida
plenamente, você vai querer começar a alimentar seu cérebro com a melhor
nutrição disponível. Enquanto o cérebro pesa em média apenas 2%
do nosso peso corporal, este órgão sozinho pode consumir até 20% dos
nutrientes que colocamos dentro de nossos corpos. Os estudos mostram que os seguintes alimentos tem o potencial de extrair o melhor dos nossos cérebros: - Nozes, amêndoas e gorduras monossaturadas em geral (
falamos sobre elas aqui). Elas ajudam a retardar o envelhecimento do cérebro, além de melhorar a saúde vascular e circulação. -
Vegetais de folhas verdes escuras (como couve, rúcula e espinafre) e
vegetais crucíferos (como brócolis, couve-flor e repolho) ajudam a
diminuir a taxa de declínio cognitivo.
- Os flavonóides contidos no chocolate amargo (pelo menos 70% cacau)
melhoram a circulação e ajudam a oxigenar o cérebro. Como nem todos
gostam do sabor, minha sugestão é comer ele derretido com frutas secas. Dá
pra fazer assim: derreta o chocolate e deixe-o dentro de um copo. Aí
você pega as frutas secas com as mãos e mergulha elas no chocolate.
(Depois me conte o que achou).
- Alimentos ricos em Ômega 3, como salmão, sardinhas, lentilhas e semente de linhaça, são grandes amigos cerebrais.
- Mantenha-se sempre hidratado. Compre uma garrafinha de água e vá
enchendo ao longo do dia. A desidratação pode prejudicar a função
cognitiva.
3) Movimente-se
Não é só a nossa condição física que melhora com a prática de exercícios moderados. Nossos cérebros se beneficiam também.
Os exercícios reduzem o estresse, melhoram a circulação e o fluxo sanguíneo, o que traz ganhos na oxigenação do cérebro.
Com
uma caminhada de apenas 30 minutos, você já pode melhorar o fluxo de
sangue e oxigênio para o cérebro, estimulando a neuroplasticidade.
Lembre-se de prestar atenção às cenas durante sua caminhada e observar os detalhes e as mudanças no bairro.
Andar a pé ou de bicicleta e até mesmo fazer musculação enquanto
assiste um programa de notícias na televisão ou escuta um podcast pode
servir como um poderoso estimulante para sua função cerebral.
4) Explore as possibilidades do seu ambiente
Ao invés de sempre se mover apenas do ponto A ao ponto B investigue o entorno.
Se você gosta de caminhar ou andar de bicicleta para se exercitar, escolha novos trajetos para os seus passeios.
No trabalho, convide alguém com quem você não costuma ter muito
contato para tomar um café ou conversar durante o almoço. Saia da
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"Os assuntos aqui tratados são muito uteis, fáceis de entender e de praticar. Obrigado pelas matérias até aqui repassadas."
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